Greve de uma semana dos trabalhadores dos transportes urbanos de Coimbra
Ciências Humanas e Sociais

Greve de uma semana dos trabalhadores dos transportes urbanos de Coimbra



Com uma adesão global de 95 por cento, os trabalhadores dos Transportes Urbanos de Coimbra (SMTUC) iniciaram no domingo passado uma greve de uma semana. Os trabalhadores exigem o pagamento do subsídio de turno em 14 meses, a mudança de nível remuneratório nas condições previstas na «opção gestionária», o pagamento do trabalho extraordinário no mês seguinte à sua prestação, e a actualização dos suplementos remuneratórios.

A luta dos trabalhadores dos Transportes Urbanos de Coimbra (SMTUC) por direitos e pela sua valorização profissional resulta da intransigência negocial do Conselho de Administração destes Serviços Municipais e da falta de vontade política do presidente da autarquia, Carlos Encarnação, para desbloquear o conflito.

O pagamento do subsídio de turno em 14 meses por ano, a mudança de nível remuneratório nas condições previstas na «opção gestionária», o pagamento do trabalho extraordinário no mês seguinte à sua prestação e a actualização dos suplementos remuneratórios são algumas das principais razões que levaram os trabalhadores a endurecer este processo de luta, que dura há já longos meses.

O STAL, Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Administração Local, considera que os transtornos que esta greve está a causar à população conimbricense, particularmente aos utentes dos transportes públicos, são da inteira responsabilidade do Conselho de Administração dos Serviços Municipais, que se furta a um diálogo sério, empenhado e consequente, e em última instância ao próprio presidente da autarquia, Carlos Encarnação, porquanto responsável máximo pelo município e consequentemente pelos próprios SMTUC.

Em resolução hoje entregue na Câmara Municipal de Coimbra os trabalhadores relembram as reivindicações que estão na origem deste conflito e «manifestam-se disponíveis para continuar a luta em defesa dos seus direitos e legítimas aspirações».

O STAL manifesta-se disponível para o diálogo, que considera dever ser consequente, e denuncia que a administração da empresa tomou a decisão unilateral de aplicar a opção gestionária a apenas uma pequena minoria de trabalhadores, discriminando muitos que há muito não são alvo de qualquer valorização profissional, seja ela no âmbito das promoções ou da mudança de escalão.

Por isso o Sindicato exige a marcação de uma reunião entre as partes envolvidas no processo – Câmara Municipal de Coimbra, Conselho de Administração dos SMTUC e Direcções sindicais do STAL e do STRUP, ao mesmo tempo que condena as declarações que Carlos Encarnação tem vindo a proferir junto da imprensa, considerando-as demagógicas e populistas.

Carlos Encarnação é para o STAL o principal responsável por esta greve, pois há muito que é conhecedor do conflito que opõe trabalhadores e administração dos SMTUC e nada fez para, buscando um clima de diálogo consequente, a evitar.

Comportamento tão mais grave quanto o Edil fez declarações que apontavam para uma resolução do conflito depois das eleições autárquicas, declarações essas que agora os actos denunciam como falaciosas e demagógicas.

O STAL não pode ainda deixar de considerar que esta atitude de Carlos Encarnação denota não só um total desrespeito pelos direitos dos trabalhadores mas também incúria perante o serviço público essencial que os SMTUC prestam, na medida em que a valorização dos trabalhadores deve constituir condição fundamental para a sua melhoria.

Caso até ao final da greve não se vislumbrem soluções dialogantes e conducentes com as reivindicações dos trabalhadores, estes irão analisar a continuação deste processo de luta e desde já está decidida a participação na sessão pública de câmara que se realizará no próximo dia 21 de Dezembro.


http://www.stal.pt/



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