2ª Marcha LGBT do Porto realiza-se hoje
Ciências Humanas e Sociais

2ª Marcha LGBT do Porto realiza-se hoje



Hoje, sábado, dia 7 de Julho de 2007, realiza-se a 2ª Marcha LGBT do Porto. LGBT - Lésbicas, Gays, Bissexuais e Trangénero.

http://marcha.orgulhoporto.org/

A Marcha parte da Praça da República, às 15:30 e termina na Av. dos Aliados.


Manifesto 2007

Igualdade de Direitos Aqui e Agora

"2007 é o Ano Europeu da Igualdade de Oportunidades para Tod@s (AEIOT) que pretende a luta transversal contra as várias discriminações, marcando as especificidades de cada uma.



E vale a pena marcá-las: a orientação sexual é a única das categorias enquadradas no Ano Europeu que em Portugal ainda gera discriminação na própria lei. Em Portugal o AEIOT não pode ser por isso uma excepção num quadro de negligência dos direitos das pessoas LGBT. Pelo contrário, é fundamental que haja medidas que marquem uma verdadeira mudança de atitude do Estado português face às pessoas LGBT – e que a homofobia deixe finalmente de estar consagrada na lei.
É que Portugal é, desde 2004, o único país europeu cuja Constituição proíbe explicitamente a discriminação com base na orientação sexual. Foi com base numa disposição constitucional semelhante que a África do Sul eliminou recentemente a discriminação no acesso ao casamento para gays ou lésbicas – eliminada por vontade política em países como a Bélgica ou o Estado Espanhol. É com base no mesmo princípio que reclamamos em 2007 o fim da discriminação no acesso ao casamento civil.
Como qualquer outro casal, um casal de pessoas do mesmo sexo deve poder ser livre de escolher a forma do compromisso que pretende assumir, com o conjunto de direitos e deveres inerentes. Mas esta é sobretudo uma clara reivindicação de igualdade perante a lei. A manutenção da discriminação na lei é um atentado à dignidade de gays e de lésbicas que é inaceitável para qualquer pessoa que se preocupe com os direitos civis e que põe em causa a qualidade da democracia portuguesa. Alertamos por isso os partidos e o Governo: a nossa dignidade não é negociável e a igualdade não é adiável.
Da mesma forma, o Estado deve reconhecer que a parentalidade de gays ou de lésbicas já existe, por mais que a legislação em vigor tente negá-lo. É o próprio interesse das crianças que determina que uma criança criada por um casal de dois homens ou de duas mulheres possa ver legalmente reconhecidas ambas as figuras parentais, pelo que a lei não pode continuar a promover o absolutismo da filiação biológica. Mais: casais de pessoas do mesmo sexo não podem continuar a ser automaticamente excluídos do acesso à adopção. Crianças institucionalizadas têm direito ao carinho, a uma casa e à educação de pessoas ou casais que possam e queiram dar-lhos, sem cedências a preconceitos que se sobrepõem afinal ao bem-estar das crianças. É inadmissível que o Estado continue a tentar promover uma "esterilização social" de gays e de lésbicas, como fez ao impedir a possibilidade de acesso à inseminação artificial para mulheres solteiras e para casais de lésbicas – no mesmo país que mostrou no dia 11 de Fevereiro o respeito pelo direito das mulheres a decidirem como e quando têm filh@s.
A cidadania plena de gays e lésbicas só acontecerá com o fim da discriminação na lei e também a nível institucional, em todas as áreas em relação às quais o Estado tem responsabilidades. Um exemplo gritante de discriminação institucional é o facto de homossexuais masculinos continuarem impedidos de dar sangue, com o preconceito a sobrepor-se a qualquer critério objectivo e a colocar mesmo em risco – para toda e qualquer pessoa que necessite de uma transfusão – uma triagem correcta da qualidade do sangue.
Mas também a cidadania das pessoas transexuais não é reconhecida pelo Estado português. Espanha aprovou este ano uma lei de protecção do direito à Identidade de Género em que as pessoas transexuais podem mudar o nome e o sexo nos seus documentos de identificação sem terem, para isso, que atravessar um longo e doloroso percurso médico e judicial. Em Portugal, a alteração nos documentos está condicionada pela realização de uma operação cirúrgica de reatribuição de sexo pela qual se espera normalmente demasiados anos, situação que é agravada ainda pelo poder injustificável da Ordem dos Médicos na aprovação da cirurgia. A discordância entre corpo e documentos causa assim uma quase impossibilidade de acesso ao emprego e é pretexto para discriminações quotidianas. Além disso, as pessoas transexuais que têm filhos são duplamente discriminadas, ao serem impedidas de alterar o seu nome e sexo nos documentos mesmo após esta cirurgia, com base na mesma regra homófoba que impede o registo de uma criança com dois pais ou duas mães. Porque o Estado não pode continuar a ignorar activamente a existência das pessoas transexuais, é fundamental preencher a lacuna legal no reconhecimento da identidade de género, bem como a introdução explícita da categoria “identidade de género” nas provisões de não-discriminação da Constituição, do Código do Trabalho e do Código Penal.
Mas num país em que continua a haver crimes como os de Viseu em 2005 ou o que vitimou Gisberta Salce Júnior em 2006, o Estado tem também uma obrigação de, em parceria com a sociedade civil, se empenhar na prevenção activa do preconceito. Só então terá reconhecido esta causa como a questão de Direitos Humanos que ela representa. É, pois, necessária uma política activa que promova a igualdade de género e combata a discriminação em todas as suas formas e é urgente o desenvolvimento de acções de formação anti-discriminação junto de sectores particularmente sensíveis para o funcionamento da democracia, incluindo tribunais, polícias, forças armadas, estabelecimentos de saúde, de apoio social e de educação. É ainda fundamental uma aposta na educação contra a discriminação com base na orientação sexual e identidade de género, no âmbito da Educação para a Cidadania, bem como a introdução de um requisito legal de Educação Sexual não-heterossexista que aborde de forma científica as várias orientações sexuais e identidades de género.
É que um país decente olha para as pessoas LGBT como pessoas. Portugal, que assume a presidência da União Europeia no segundo semestre do Ano Europeu de Igualdade de Oportunidades para Tod@s, ainda não é um país decente. Na Europa do século XXI, a igualdade de direitos não é adiável ou negociável. As nossas vidas acontecem aqui e agora. É aqui e agora que exigimos a cidadania plena para tod@s."
Subscrevem: Ana Sofia Fonseca, ATTAC, BiPortugal, Bloco de Esquerda, Centro das Culturas,Clube Safo, 8ª Marcha do Orgulho LGBT em Lisboa, GRIP, Panteras Rosa, Partido Humanista, Paula Antunes, PoliAmor, PortugalGay.PT, SOS Racismo, Tiago Lopes, UMAR






A origem das Marchas de Orgulho LGBT, vulgarmente intituladas de Gay Pride, remonta às manifestações de Stonewall de 1969, nos EUA.
Surgiram como uma celebração da diversidade sexual e comemoração da luta pelos direitos LGBT, tendo entretanto a tradição se estendido a outras cidades mundiais. Tornou-se, assim, um símbolo indissociável do movimento de luta pelos direitos LGBT em todo o mundo.
A 1ª Marcha de Orgulho LGBT em Portugal decorreu em Lisboa no ano 2000.
A 1ª Marcha de Orgulho LGBT no Porto - a 8/7/2006 - teve como tema escolhido Direitos Humanos, e contou com o lema: "Um presente sem violência, um futuro sem diferença"



Associações e Colectivos LGBT em Portugal



§ Angels
[email protected]
Departamento LGBT da Associação Portuguesa de Surdos.



§APHM - Associação Portuguesa de Homossexualidade Masculina
http://www.aphm.no.sapo.pt
Site especificamente dirigido a homossexuais masculinos que vivem, ou pretendem vir a viver, no seio de uma relação homossexual estável a dois.



§ Associação para o Estudo e Defesa dos Direitos à Identidade de Género (@t.)
http://a-trans.planetaclix.pt/
Associação sediada em Lisboa que presta apoio e acompanhamento a indivíduos com diferentes tipos de identidade de género e seus familiares.



§ Associação ILGA Portugal
http://www.ilga-portugal.pt/
A Associação ILGA Portugal é a maior e a mais antiga associação portuguesa que luta contra a homofobia e pela defesa dos direitos das lésbicas, gays, bissexuais e transgénero (LGBT). Fundada em 1995 e sedeada no Centro Comunitário Gay e Lésbico de Lisboa, a Associação trabalha, nos planos social e político, pela integração e contra a discriminação.



§ Associação rede ex aequo
http://ex-aequo.web.pt/
Associação de jovens lésbicas, gays, bissexuais, transgéneros e simpatizantes em Portugal com idades compreendidas entre os 16 e os 30 anos.



&Clube Safo
http://www.clubesafo.com/
A maior associação de lésbicas do país: promove convívios e debates para as lésbicas portuguesas, publica um boletim e tem intervenção a nível político.



§ não te prives - Grupo de Defesa dos Direitos Sexuais
[email protected]
Associação juvenil sem fins lucrativos com actividade a partir de Coimbra focalizada na discriminação LGBT, das mulheres e educação sexual no geral.



§ Opus Gay
http://www.opusgay.org/
Organização cívica de carácter social criada para promover a solidariedade entre todos os membros da comunidade glbt (gay, lésbica, bissexual e transgender) portuguesa. Uma das maiores e mais antigas associações GLBT do país.



§ Panteras Rosa
http://www.panterasrosa.com
As "Panteras Rosas" - Frente de Combate à LesBiGayTransFobia - são um colectivo associativo autónomo e aberto a todas as pessoas interessadas em contribuir para a denúncia e eliminação da discriminação em Portugal.




§ Ponto Bi
http://www.pontobi.org
Site de divulgação de eventos dentro da temática bissexual a decorrer em Portugal, assim como alguns recursos existentes e apontadores.



§ PortugalGay.PT
http://www.portugalgay.pt/
O maior e mais visitado portal LGBT nacional. Site com informação para gays, lésbicas, bissexuais e transgender.



§ Amor no Feminino
http://amornofeminino.com.sapo.pt/
"Porque a liberdade é um direito", um site direccionado para a comunidade lésbica.




§ Blogayesfera
http://www.portugalpride.org/blogayesfera/
Blogs LGBT portugueses



§ Festival de Cinema Gay e Lésbico de Lisboa
http://www.lisbonfilmfest.org/
Site do evento anual lançado pela Associação ILGA Portugal, que desde 2001 se tornou autónomo.



§ Grupo Português de Intervenção Social
http://intervencaosocial-glbtex-tj.com/
Grupo de ex-Testemunhas de Jeová, voluntariosos, amigos, solidários e unidos em torno de um ideal.



§ Motard Portugal
http://www.geocities.com/g_byker/
O site oficial dos motards gay em Portugal.




§ Homofobia - Causas e Consequências
http://homofobia.com.sapo.pt/
Site sobre a homossexualidade, a homofobia e o heterossexismo destinada a heterossexuais, gays, lésbicas, bissexuais e seus pais, amigos e familiares.



§ Ideias Amigas
http://www.ideiasamigas.com
Esta página pertence a uma mail list de mulheres lésbicas.



§ Leiria Alternativa
http://www.geocities.com/leirialternativa/
Recursos para a comunidade GLS da zona metropolitana de Leiria.



§ Lésbicas
http://br.groups.yahoo.com/group/lesbicas/
Mailing list que pretende ser um espação no qual as mulheres que amam mulheres encontrem eco à sua voz.



§ LGBT Legal
http://lgbtlegal.planetaclix.pt/
Informação Jurídica para Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transsexuais.



§ PortugalPride.org
http://www.portugalpride.org/
Informações sobre eventos GLBT em Portugal, incluindo a Semana do Orgulho, iniciativa conjunta de vários grupos e associações GLBT, que se realiza em Junho/Julho de cada ano.



§ Sexualidades
http://www.sexualidades.com/index.php
Site do Projecto Sexualidades.





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