"Cílios" são pelos posicionados nas margens das pálpebras, protegendo a delicada superfície do globo ocular e, sem eles, o processo da visão como é conhecido seria impossível. "Matas ciliares" são agrupamentos florestais em margens de rios, em estratégica posição de proteção e, em muitos casos, salvaguardando para que o fluxo de cheias não destrua propriedades e vidas. Também protetoras, as florestas situadas em topos e encostas de morros formam "guarda-chuvas" com suas copadas, ajudando a prevenir encharcamentos do solo, e as tramas organizadas pelas suas raízes elaboram a união e sustentação terrestre.
No dia 11/01/11, ao mesmo tempo em que Aldo Rebelo argumentava favoravelmente à destruição desta organização florestal e pela desestruturação do Código Florestal Brasileiro (CFB) na Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Rio Grande do Sul (FETAG-RS), já caíam os primeiros pingos de uma chuva torrencial sobre a região serrana do Rio de Janeiro. Gradativamente desmatada pela ação do homem e, como previsível sucedâneo, rios saíram dos seus leitos e encostas lamacentas ruíram em incontida força, destruindo o que a potência da gravidade lhes energizava.
Longe dali, seco e seguro, Aldo ainda discorria favoravelmente ao desmatamento e à anistia financeira de desmatadores, ávido em passar a motosserra do agronegócio no CFB. Entre outras irresponsabilidades, seu relatório libera para uso topos e encostas de morros (fato que levou a vários desabamentos e mortes naquela região), intensa retirada de matas ciliares e - um escárnio - a naturalização da jaca. Argumenta que o fruto veio da Índia há muito tempo e quer que a sua "lei" se sobreponha às da natureza.
No RJ a população mais pobre (sempre eles) era vitimada por tsunamis de lama impulsionados pela arrogância, omissão e ganância de políticos. Não obstante, gestores públicos entrevistados diziam o que sempre dizem: já tinham um plano de recuperação da região, verbas seriam liberadas num futuro próximo e a culpa era da chuva.
Segundo sua prestação de contas, sabe-se que o reeleito Aldo desfrutou de milionária campanha à deputação federal (2010) - R$ 2.177.724.19 - de onde aproximadamente R$ 627.000.00 vieram de empresas do agronegócio, bancos, construtoras e metalúrgicas. O palestrante, astuto, falseava similitudes da abandonada agricultura familiar com os dos grandes negociantes rurais; truculento, impunha interesses de seus ricos financiadores sobre os coletivos: fingido, desejava o bem do País e de todos - desde que, claro, lhe auferissem benesses políticas.
Entretanto, Aldo não ataca o CFB sozinho. Entre outros exemplos nacionais temos, no RS, Luiz Carlos Heinze (PP-RS), em cujo "site", ele "alerta sobre necessidade de mobilização para aprovar mudanças no código florestal ". Recebeu, inclusive, o prêmio Responsabilidade Ambiental em 2010 de um tal "instituto ambiental borboleta azul". Neste caso o logro é o seguinte; os mesmos que financiam o "instituto", financiaram Heinze na campanha de 2006 - Votorantin R$ 19.217.16; Aracruz R$ 10.000.00 e Stora Enso R$ 15.770.16 (a campanha de 2010 custou R$ 1.557.728,41). Um premia o outro, o outro premia o um, a troca de prêmios vai para o currículo e dá-lhe festa.
Áreas de Preservação Permanente, Reserva Legal, Matas ciliares são locais nevrálgicos para a preservação da natureza, mas muito mais - e em maior expressão - para a proteção de pessoas. A catástrofe do Rio - assim como foi a de Santa Catarina há algum tempo atrás, e já esquecida - corroboram este fato inequivocamente.
Os parlamentares não são os responsáveis pelo temporal no RJ, entretanto suas ações pela supressão de árvores agigantaram a tragédia e, a atuação destes políticos além de levarem preocupações aos lares, levam os próprios lares correnteza abaixo!
Nem os quase 700 mortos e as lágrimas dos milhares vitimados arrefecem o saracoteio "dos Aldo e Heinze" pela destruição de florestas e, fiquemos atentos, pois votarão o novo Código imediatamente. Concomitante ao desaparecimento de famílias inteiras e a sofrimentos inenarráveis dos que ficam, o grupo só contabiliza os lucros políticos oriundos de suas ações. Na lógica de suas deputações, legislam estritamente no sentido da privada. Este é o mundo que constroem/destroem e, pelo bem de todos, não deveríamos reeleger tais políticos!
Por: Prof Althen Texeira Filho, da UFPEL
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