Quanto mais quente, melhor? Desafiando a sociedade civil a entender as mudanças climáticas
Ciências Humanas e Sociais

Quanto mais quente, melhor? Desafiando a sociedade civil a entender as mudanças climáticas


ABC do aquecimento global

Livro explica causas e conseqüências do fenômeno e mostra o que fazer para combatê-lo

Por: Rachel Rimas

Efeito estufa, emissões de carbono, aumento da temperatura da Terra, derretimento de calotas polares, desertificação, protocolo de Kyoto, desenvolvimento sustentável. Termos relacionados ao aquecimento global estão cada vez mais presentes em nossas vidas. Mas você realmente conhece as causas e os impactos desse fenômeno e o que vem sendo feito para combatê-lo?

O livro Quanto mais quente, melhor? Desafiando a sociedade civil a entender as mudanças climáticasmonta um detalhado quadro de informações sobre as alterações no clima global e fornece à sociedade o conhecimento necessário para minimizar seu impacto. Organizada pelo ambientalista Carlos Klink, a obra reúne artigos escritos por professores e especialistas para um curso sobre mudanças climáticas promovido pelo Instituto de Estudos Brasileiros (IEB) desde 2001.

?Diversidade? é a melhor palavra para definir o conteúdo do livro. Ele procura fornecer aos leitores o máximo de informações relacionadas às mudanças climáticas, desde definições e conceitos básicos sobre o efeito estufa até seu impacto sobre o meio ambiente e suas relações com outros fenômenos climáticos. Além disso, trata das questões debatidas em conferências mundiais sobre o tema e apresenta alternativas sustentáveis para combater o problema.

Um dos atrativos da obra é a tentativa de fugir das abordagens tradicionais do aquecimento global, tratando de aspectos que raramente são mencionados pela grande imprensa. Você sabia, por exemplo, que alterações no ciclo global do nitrogênio estão ligadas ao aumento da concentração de gás carbônico e, conseqüentemente, ao aquecimento do planeta, à redução da diversidade biológica e à modificação dos regimes hídricos? Um dos maiores responsáveis pelas mudanças nesse ciclo é o aumento do uso de fertilizantes nitrogenados, que reduzem a quantidade de nitrogênio disponível na atmosfera.

Além de explicar como as ações antrópicas influenciam o meio ambiente e levam ao aumento da temperatura da atmosfera e dos oceanos, o livro trata das medidas que foram e ainda são discutidas para reduzir os impactos das mudanças climáticas e de como os países têm se empenhado ? ou não ? para alcançar o desenvolvimento sustentável.

Créditos de carbono
Uma das medidas abordadas é o Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL), proposta incluída no Protocolo de Kyoto que consiste no comprometimento de países desenvolvidos de financiar projetos individuais em países em desenvolvimento como forma de cumprir suas metas de redução das emissões de carbono. O carbono que deixa de ser emitido pelo projeto gera para o país financiador um crédito, que recebe o nome de Reduções Certificadas de Carbono (RCE). O mecanismo também prevê formas de obter reduções certificadas de emissões a longo prazo, por meio do reflorestamento ou florestamento de alguma área.

Outra proposta explicada no livro é a do carbono social. Seu foco é avaliar como as mudanças climáticas podem afetar diretamente a população e o que a sociedade pode fazer para ajudar a promover o desenvolvimento sustentável, por meio de projetos de reflorestamento e reciclagem, por exemplo.

Pela fartura de informações e por seu grau de detalhamento, o livro Quanto mais quente, melhor? funciona como um verdadeiro manual sobre aquecimento global. Certamente ele não vai ser a última publicação sobre o tema, mas pode ser uma importante fonte para conscientizar a sociedade sobre esse problema de proporções mundiais. E o leitor ainda pode ler o livro com a consciência tranqüila: o papel usado tem a certificação do Conselho Brasileiro de Manejo Florestal (FSC), que garante a sustentabilidade da exploração da matéria-prima empregada. Além disso, o carbono emitido na produção do volume foi compensado com o plantio de árvores na mata atlântica.

Quanto mais quente, melhor? Desafiando a sociedade
civil a entender as mudanças climáticas
Carlos Klink (Org.)
São Paulo, Editora Peirópolis; Brasília, IEB; 2007

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