O SENSORIAMENTO REMOTO - A DEMOCRATIZAÇÃO DAS INFORMAÇÕES
Ciências Humanas e Sociais

O SENSORIAMENTO REMOTO - A DEMOCRATIZAÇÃO DAS INFORMAÇÕES


A partir do momento em que, pela primeira vez, uma pequena porção da superfície terrestre foi fotografada com a ajuda de um balão em 1858 (na França), o sensoriamento remoto apresentou um espetacular desenvolvimento. Recentemente, com o emprego do radar e dos satélites artificiais, o sensoriamento remoto tem contribuído enormemente para o desenvolvimento de diversos campos do conhecimento, tais como Geologia, Geografia, Geomorfologia, Oceanografia, Meteorologia, Cartografia e outros. ?O sensoriamento remoto nada mais é do que ?um recurso técnico para ampliar os sentidos naturais do homem?, ou seja,? é um dispositivo ou equipamento [câmara fotográfica, radar] que capta e registra, sob a forma de imagens, a energia refletida ou emitida pelas áreas, acidentes, objetos e acontecimento do meio ambiente, incluindo os acidentes naturais e culturais.

Aerofotogrametria
A câmara fotográfica foi o primeiro tipo de sensor remoto utilizado pelo homem. Hoje em dia, as câmaras fotográficas encontram-se bastante aperfeiçoadas.
O princípio da aerofotogrametria
O princípio usado pela aerofotogrametria pode ser descrito assim, resumidamente:
1º) de um avião devidamente equipado e mediante condições de tempo apropriadas, são feitas, ao longo de uma linha (reta) de voo, sucessivas exposições fotográficas de uma extremidade a outra da área, até cobri-la totalmente.
2º) Ao longo de cada faixa ou linha de voo, as fotos são feitas. Colocadas todas as fotos uma ao lado da outra, e obedecendo-se à orientação correta (linhas de voo, superposição etc.), teremos uma visão total da área. Para obtermos a visão tridimensional, recorremos ao estereoscópico, um instrumento ótico binocular que permite ver as imagens em terceira dimensão (em relevo).
 
Radar

O radar é um sensor ativo que, para obter a imagem de uma determinada superfície, emite fluxos de energia (ondas eletromagnéticas) através de uma antena que é simultaneamente transmissora e receptora, isto é, envia e depois recebe de volta a energia refletida pela superfície. A seguir, essa energia é processada e transformada em imagens por outros instrumentos do radar (receptor, amplificador e detector), e estas, finalmente, são registradas em fitas magnéticas ou em filmes. O Brasil iniciou, a partir de 1970, um amplo levantamento da Amazônia através do radar (Projeto radam ou Radambrasil) com a finalidade de elaborar um mapeamento da região abrangendo diversos aspectos tais como geológicos, geomorfológicos, de vegetação, hidrográficos, dos solos e do uso da terra. O trabalho de levantamento das imagens da região foi feito em cerca de doze meses, sendo que posteriormente outras regiões do país passaram a usar os serviços oferecidos pelo Radam.

Satélites Artificiais
No caso dos satélites artificiais, as primeiras imagens da Terra foram obtidas através de câmaras fotográficas, passando-se posteriormente a empregar outros tipos de sensores mais avançados e eficientes. Hoje, o sensoriamento remoto por meio de satélites representa o mais importante e eficiente recurso tecnológico de observação da Terra de que o homem dispõe.
Dentre os vários programas ou sistemas de sensoriamento por satélites, o mais importante é, sem dúvida, o Landsat, desenvolvido pela NASA (National Aeronautics and Space Administration). Esse sistema compreende uma série de cinco satélites, sendo que o Landsat 1 foi lançado em 1972 e o Landsat 5, em 1984. Os dados obtidos pelos satélites são transmitidos para uma estação terrestre, sendo depois processados e utilizados pelos especialistas interessados. O Brasil utiliza informações do sistema Landsat desde 1973. Para tanto, o país conta com uma estação terrestre de rastreamento e de recepção de dados, situada em Cuiabá (MT), e outra para processamento e distribuição dos dados, localizada em Cachoeira paulista (SP). O trabalho de rastreamento feito em Cuiabá abrange 90% da área da América do Sul. Além dos programas Landsat, o Brasil já recebe dados do programa espacial francês Spot, iniciado em 1986
 
Tipos de órbitas de satélites
Existem três tipos básicos de órbitas, dependendo da posição do satélite em relação à superfície da Terra:
Órbitas geoestacionárias (também chamada geossíncrona ou síncrona) - são aquelas nas quais o satélite está sempre posicionado no mesmo ponto sobre a Terra. Muitos satélites geoestacionários estão acima de uma faixa ao longo do equador, com altitude de aproximadamente 35.786 km, ou quase um décimo da distância até a Lua. A área de "estacionamento de satélites" está se tornando cada vez mais congestionada pelas centenas de satélites de comunicação, de televisão e meteorológicos. Cada um deles precisa estar muito bem posicionado para evitar a interferência com sinal de satélites adjacentes. Televisão, comunicações e programas meteorológicos usam satélites com órbitas geoestacionárias. Órbitas geoestacionárias são o motivo pelo qual as antenas parabólicas de TV DSS são colocadas numa posição fixa.
 

Os ônibus espaciais programados usam uma órbita assíncrona muito mais baixa, o que significa que passam pelo céu em diferentes horas do dia.
Em uma órbita polar, o satélite geralmente voa a baixa altitude e passa através dos polos da Terra em cada revolução. A órbita polar permanece fixa no espaço, à medida que a Terra rotaciona dentro da órbita. Como resultado, muito da superfície da Terra passa sob um satélite em órbita polar. Em virtude de essas órbitas alcançarem excelentes coberturas do planeta, elas são usadas para mapeamentos e fotografias.



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