Entre a solidariedade e o risco: Sindicatos e fundos de pensão em tempos de governo Lula
Ciências Humanas e Sociais

Entre a solidariedade e o risco: Sindicatos e fundos de pensão em tempos de governo Lula





Entre a solidariedade e o risco: Sindicatos e fundos de pensão em tempos de governo Lula
Maria Chaves Jardim, Ed. Annablume

A obra aponta as centralidades e as fronteiras entre determinados setores do sindicalismo brasileiro, mercado financeiro, fundos de pensão e movimento sindical, mas não recebeu a atenção devida da crítica, que provavelmente ficou horrorizada com as demonstrações da autora: existe uma elite sindical gestora de fundos de pensão no Brasil contemporâneo, e o movimento sindical não está tão em crise como querem os marxistas ortodoxos, ou seja, a autora afirma que, assim como o capitalismo, o movimento sindical se reinventa e os fundos de pensão constituem uma forte bandeira no processo. Ademais, Maria Chaves Jardim nos estimula a pensar o papel dos fundos de pensão nos projetos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), identificando parcerias público-privadas e a interação de motivações, símbolos e culturas no mercado financeiro, variáveis ignoradas pela teoria econômicamainstream.

Referência para pensar a sociologia das finanças no Brasil, o livro é uma das poucas obras acadêmicas brasileiras que consegue mostrar, de um ponto de vista sociológico, com bastante sofisticação analítica e sem julgamento moral, a chegada de sindicalistas a postos-chave do mercado financeiro, sobretudo na direção de fundos de pensão, os quais movimentam o equivalente a 19% do PIB; da mesma forma, a obra demonstra que tais fundos passam a investir em grandes projetos, como o PAC, produzindo benefícios indiretos para o trabalhador, como a geração de emprego e renda e infraestrutura para o país.

Portanto, sem negar as inúmeras ambiguidades do processo, a autora revela um interessante fenômeno sociológico, a saber, a chegada de novos personagens ao mercado financeiro, como sindicalistas, o que torna esse livro indispensável para a compreensão da singularidade do capitalismo financeiro contemporâneo no Brasil.

Thais Joi Martins é Doutoranda em Ciência Política (UFSCar/Nesefi).

Le Monde Diplomatique Brasil



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