Edição portuguesa do Le Monde Diplomatique volta aos quiosques
Ciências Humanas e Sociais

Edição portuguesa do Le Monde Diplomatique volta aos quiosques






O jornal mensal Le Monde Diplomatique, de origem francesa e publicado há já algumas décadas, tem vindo a ter edições em vários países e em várias línguas, incluindo mesmo o esperanto (edição digital).
Em Portugal o Le Monde Diplomatique começou por ser publicado e traduzido em português nos anos de 1980 pela mão de Snu Abecassis, através da sua editora, a D. Quixote. Interrompida a sua publicação pouco tempo depois, o jornal passou a ser lido apenas na sua edição original ( em francês). Só há 7 anos atrás é que a editora Campo das Letras, formada há pouco tempo, começou novamente a editar em português o jornal que, entretanto, ganhara prestígio e se multiplicara por várias edições em diversas línguas. No início de 2006 a Campo das Letras decide suspender a sua publicação, restando aos leitores portugueses que não dominam a língua francesa, recorrer à leitura de textos da edição brasileira no respectivo website.
Entretanto, os trabalhadores ( tradutores e outros) que garantiam a edição do Le Monde Diplomatique decidiram constituir nos últimos meses uma cooperativa («Outro Modo») a fim de relançar mais uma vez a edição portuguesa do Le Monde Diplomatique, que volta a estar nas bancas dos jornais a partir deste mês de Novembro de 2006.
Face ao panorama paupérrimo da imprensa portuguesa, ao seu controlo pelos grandes grupos económicos, e a todas as dificuldades de sobrevivência no mercado de órgãos independentes do poder económico e político, a existência em português do Le Monde Diplomatique constitui uma brecha no discurso neo-liberal dominante. Por isso não hesitamos em saudar e apoiar o reaparecimento do Le Monde Diplomatique, em edição portuguesa. O que não significa que partilhamos muitos dos pontos de vista que aí são defendidos. Tal não deve, no entanto, impedir a sua leitura atenta, e o seu uso como ferramenta para o debate e estudo dos problemas contemporâneos do mundo actual.

Pelo que não podemos deixar de apoiar e manifestar a nossa satisfação pelo relançamento da edição portuguesa, e a solidariedade aos seus trabalhadores que decidiram manter e defender o título, e tornar possível aos leitores portugueses o acesso a uma das publicações de qualidade que mais se tem batido a nível internacional contra o neoliberalismo e a globalização capitalista.

Nessa medida, e independentemente de divergências de perspectivas teóricas que nos possam separar, o Pimenta Negra saúda e apoia a edição portuguesa do Le Monde Diplomatique.


Edição portuguesa:
http://pt.mondediplo.com/

Edição brasileira:
http://diplo.uol.com.br/

Edição francesa ( original)
http://www.monde-diplomatique.fr/

Edição espanhola:
http://www.monde-diplomatique.es/

Edição no Chile:
http://www.lemondediplomatique.cl/



Nota Importante:

O website francês do Le Monde Diplomatique costuma editar artigos com alguma regularidade sobre a actualidade. Consultar:


http://www.monde-diplomatique.fr/carnet/

O mesmo website disponibiliza ainda uma valiosa Agenda e uma interessante recensão de imprensa ( com um notável lista de remissões para revistas e jornais):

http://www.monde-diplomatique.fr/revues/

http://www.monde-diplomatique.fr/agenda/


Para além de tudo isso, cada edição inclui normalmente a referência e por vezes recensões críticas a livros editados ( em Portugal, na edição portuguesa; e em França, na edição francesa).
No último número do Le Monde Diplomatique ( de Novembro de 2006) aparece, por exemplo, a referência a um livro acabado de aparecer em França com os Contos (« Les Contes») escritos por Mumia Abu-Jamal ( jornalista e activista negro, actualmente preso nos USA, e condenado à morte) , assim como o livro, editado em 2005 pela edições L’Echappée, de Alexander Berkman, «Qu’est-ce que l’anarchisme?». Reproduzimos o comentário a este último livro:


«Qu’est-ce que l’anarchisme?», de Alexander Berkman, editions L’Echappée, Paris, 2005.
Anarquista russo exilado nos Estados Unidos em 1888, Alexander Berkman (1870-1936) foi expulso da Rússia em 1919, juntamente com Emma Goldman pela sua participação nas lutas sociais. Ambos partiram em 1921, desencantados e amargurados. Berkman escreveu o Mito Bolchevique para explicar como a ditadura tinha destruído a liberdade e a revolução. No livro, que agora sai à estampa, reúnem-se dois textos de 1929, traduzidos pela primeira vez para o francês, onde sintetiza pela primeira vez um pensamento comunista libertário, tendo em consideração os acontecimentos do seu tempo ( fracasso da revolução russa e das insurreições europeias) e dirigindo-se a um operário americanos médio através de uma linguagem simples e límpida. A primeira parte analisa os males que não mudaram (trabalho assalariado, governo, funcionamento do sistema, guerra, desemprego, religião) e as falsas soluções para eles ( Igrejas, Partidos políticos, sindicatos, socialismo reformista e o bolchevismo). A segunda parte define o anarquismo como «a concepção mais racional e mais prática de uma vida social livre e harmoniosa», e a terceira parte explica finalmente a necessidade da revolução social para pôr termo à autoridade dos senhores que dirigem as nossas vidas.
( autor deste comentário do jornal em edição francesa: Charles Jacquier)



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