Ciências Humanas e Sociais
Ribeirinha - Festival de mulheres na Guarda
Com algum atraso - mas mais vale tarde do que nunca - damos conta do que se vai passando na cidade da Guarda, nomeadamente no seu teatro municipal, onde têm estado a decorrer coisas muitíssimos interessante e que mais que justificam uma deslocação para aquelas bandas.
Falamos, neste caso concreto, do Ribeirinha, um festival de música no feminino e que trouxe nomes e grupos musicais extremamente importantes.
Ribeirinha é o nome da mulher que nos tempos de D. Sancho I inquietou e seduziu a sociedade da cidade da Guarda daqueles tempos. Hoje inspira um festival onde a arte no feminino ganha destaque durante todo o mês de Novembro.
O Teatro Municipal da Guarda (TMG) promoveu, durante o mês de Novembro, um festival inteiramente dedicado à arte no feminino.
O Ribeirinha – Festival de Mulheres conta, no seu programa, com importantes presenças femininas. Cristina Branco, Meira Asher, Sussan Deyhim, Tucanas, Fátima Miranda, Gerda Lepke, Ingrid Kerma e Liane Birnberg integram o cartaz deste festival que aposta na diversidade de propostas e na inquestionável qualidade das artistas convidadas. Da música às artes plásticas, Novembro foi o mês das mulheres no TMG.
O “Ribeirinha - Festival de Mulheres” começou no dia 4 de Novembro, com a “voz do novo fado”, Cristina Branco, que actuou no Grande Auditório do TMG, pelas 21.30 horas. Sem procurar uma ruptura ingénua com a tradição do fado, Cristina Branco revitaliza essa tradição pela autenticidade da sua interpretação. A voz e a sensibilidade interpretativa de Cristina Branco procuram o difícil convívio dos textos com a musicalidade do fado, tentando encontrar um caminho expressivo tornando a música e a letra inseparáveis no sentir.
No dia 11, Meira Asher regressou à Guarda (actuou em 2000, no âmbito do Ó da Guarda). Desta vez, a irreverente artista israelita apresentou o espectáculo “Open Cuts” com o holandês Guy Harries, no Pequeno Auditório do TMG. Em “Open Cuts”, Meira Asher e Guy Harries apresentam uma mistura única de texturas electrónicas e de ambientes samplados aliados à experimentação vocal.
Seguiu-se, Sussan Deyhim, no dia 12 de Novembro. Sussan Deyhim é compositora e artista vocal de primeiríssima linha na música experimental internacional. A música de Deyhim combina técnicas vocais com processamento digital, misturando-lhe depois o misticismo da música do médio Oriente A acompanhá-la neste espectáculo, intitulado “Vocodeliks” esteve, como convidado especial Richard Horowitz. Horowitz, é um conhecido músico norte-americano premiado por diversas vezes pelas suas prestações em bandas sonoras para cinema. Horowitz criou música para filmes de Oliver Stone e Bernardo Bertolucci, entre outros
O Ribeirinha – Festival de Mulheres prosseguiu no dia 19 de Novembro, com a actuação do grupo de percussão português Tucanas. Joana Neves, Mónica Rocha, Sara Jónatas, Tânia Lopes e Xana Abreu subiram ao palco do Pequeno Auditório, pelas 21.30 horas para um espectáculo com muito ritmo e com uma forte componente cénica, entre a sensibilidade feminina e a força rude de tocar percussão. As Tucanas são compositoras e autoras dos seus próprios temas interpretados com bidons, cabaças, baterias, surdos, djembés, dumbas, entre outros.
No dia 25 de Novembro foi a vez da espanhola Fátima Miranda que apresenta “Cantos Robados”. Dona de uma voz inigualável, Fátima «é o santuário da voz humana, onde se entrecruzam o sagrado e o profano», como a definiu o crítico musical português Fernando Magalhães. Aplaudida pela crítica internacional, Fátima Miranda apresenta, na Guarda, o seu mais recente espectáculo “Cantos Robados”, criado propositadamente para a sua cidade natal, Salamanca. “Cantos Robados” integrou o programa de “Salamanca 2005 – Plaza Mayor de Europa” tendo estreado no passado dia 30 de Setembro. Dona de uma voz inigualável, que junta técnicas vocais japonesas, indianas e do flamenco, Fátima Miranda é uma artista única nas fileiras da vanguarda.
A fechar este Festival está a exposição “3 Pintoras da Alemanha: Gerda Lepke, Ingrid Kerma e Liane Birnberg”, que ficará patente, na Galeria de Arte do TMG, de 26 de Novembro a 30 de Dezembro e pode ser visitada de Terça a Domingo, das 14.00 às 23.00 horas. O comissariado desta exposição é da também artista plástica Maria Lino.
Gerda Lepke, nasceu em Jena, na Alemanha, em 1939. Estudou na Escola de Belas Artes de Dresden. Obteve diversos prémios na área das artes plásticas, desde 1971 que vive apenas da pintura.Ingrid Kerma nasceu em 1942, numa localidade perto de Berlim. Estudou no Goldsmhith’s College, da Universidade de Londres. Actualmente vive e trabalha entre Londres e Berlim.Liane Birnberg nasceu em 1948, em Bucareste (Roménia).Estudou na Escola Superior de Música Ciprian Porumbescu, também em Bucareste. Em 1978 muda-se para a Alemanha e faz as suas primeiras pinturas. Vive como pintora e compositora em Berlim desde 1989.
http://www.tmg.com.pt/
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