6ª Série ? Carta Pessoal
Sumaré, 30 de outubro de 2009.
Querida Maria Lúcia,
Eu e Cristina ficamos encantados com sua hospitalidade e queríamos agradecer pelos dias maravilhosos que passamos no Rio de Janeiro.
Sem dúvida, essa cidade ficou ainda mais bonita depois de desfrutá-la em sua companhia. Esperamos você em nossa casa de campo em Ibiúna para retribuir sua gentileza.
Em breve enviaremos as fotos. Mande notícias.
Um grande abraço,
Luiz Felipe
8ª Série e 3º ano do Ensino Médio ? Artigo de Opinião
Aparecida: a capital (do comércio) da fé
Aluno: Israel Inácio Carvalho Júnior
Templos nababescos, recursos financeiros e influência internacional revelam toda a opulência da Igreja Católica. Apesar do imensurável poderio da Igreja, em Aparecida, cidade da Padroeira do Brasil, a fé, embora abstrata, vem sendo utilizada como objeto de comércio.
Considero, obviamente, que muitas pessoas ? quase 3.000 ? dependem integralmente do dinheiro que conseguem com o comércio informal, de onde tiram seus meios de subsistência. Não obstante, esse mesmo comércio, que envolve diversas agressões às leis ? como contrabando, pirataria, entre outros ? é realizado dentro do espaço ocupado pela Igreja e ao redor dele, tendo como objetos de comércio elementos representantes da fé cristã.
Segundo dados recentes, 80% da economia aparecidense corresponde a dinheiro movimentado pelo comércio ilegal, geralmente de artigos religiosos. A própria Igreja ensina na catequese, aula dirigida a estudantes que resolvem ingressar na fé católica, que um dos principais personagens da Bíblia, Jesus Cristo, teria espantado os comerciantes do templo de Jerusalém, dizendo que a Igreja é a ?Casa de Deus? e não um lugar de comércio. Essa espalhafatosa contradição prejudica e vem conspurcar a imagem da Igreja.
A fé é o elemento fundamental para que o homem atravesse seus períodos difíceis de forma segura e tem como objetivo principal confortar e trazer esperança. Como algo imaterial, a fé não necessita de objetos materiais ou qualquer meio físico para sua manifestação. Por essa mesma perspectiva, o padre Marcelo Rossi, ícone moderno da Igreja Católica, cuja opinião é bastante respeitada no meio religioso, corrobora, dizendo que ?a fé deve ser um sentimento pessoal e não algo transformado em uma coisa quase que palpável que pode ser medida ou comercializada?.
De forma genérica, os homens precisam de esperança, de algo que lhes mostre o caminho correto e seguro, não apenas de amuletos e crucifixos. Clamamos, digo por mim e creio que por todos os fiéis, veementemente para que a fé deixe de ser apenas um objeto de comércio, uma forma de movimentar o capital local, e volte a ser um símbolo, um estandarte, um porto seguro para todos nós.
Professor: Vagner Matias da Silva Escola: E. E. Américo Alves Cidade: Aparecida ? SP