Intrérpretes do Brasil: Clássicos, rebeldes e renegados
Ciências Humanas e Sociais

Intrérpretes do Brasil: Clássicos, rebeldes e renegados




Intrérpretes do Brasil: Clássicos, rebeldes e renegados
Luiz Bernardo Pericás e Lincoln Secco (orgs.), Ed. Boitempo Editorial

Interpretar o Brasil é uma tarefa política. O livro nos convida a pensar o país em um tempo de questionamentos à sociedade em que nos transformamos. Os textos revisitam a vida e a obra de intérpretes consagrados, ao mesmo tempo que abrem as portas para autores que pouco frequentaram a academia.

Ao lado dos clássicos Gilberto Freyre, Caio Prado Jr., Sérgio Buarque de Holanda, Florestan Fernandes, Celso Furtado e Darcy Ribeiro, encontramos dezenove renegados e rebeldes. Octávio Brandão, Astrogildo Pereira, Leôncio Basbawm, Rui Facó e Jacob Gorender mostram a força do pensamento crítico nascido no seio da classe trabalhadora, formado no PCB e retirado do mapa intelectual brasileiro pelos dominantes. Everardo Dias, Nelson Werneck Sodré, Ignácio Rangel, Edgar Carone, Mauricio Tragtenberg e Ruy Mauro Marini representam os intérpretes que, marcados pelo marxismo, são largamente referenciados, mas pouco reconhecidos. Paulo Freire e Milton Santos, tantas vezes pasteurizados, recebem o tratamento revolucionário que merecem. Na fronteira entre a história e a literatura, Antonio Candido, Câmara Cascudo e Mario Pedrosa garantem o espaço da arte como interpretadora social para pensar a transformação. Os organizadores ainda incluíram Rômulo de Almeida, José Honório Rodrigues e Heitor Ferreira Lima, que, embora mais aceitos nos círculos políticos e intelectuais, tiveram suas intervenções nacional-desenvolvimentistas progressivamente desconhecidas.

O livro nos revela a missão intelectual de um intérprete do Brasil: colocar a formação da nação em perspectiva histórica, analisar a conjuntura e apresentar um programa político para o futuro. Esses traços analíticos, combinados com a história e a política que constroem o pano de fundo da formulação de cada autor, nos oferecem um trabalho de alta qualidade para voltar a apresentar aos brasileiros a reflexão sobre a formação e a transformação do país.

Maria Mello de Malta é Professora do Instituto de Economia da UFRJ e coordenadora do Laboratório de Estudos Marxistas (Lema).
Le Monde Diplomatique Brasil



loading...

- Sérgio Buarque De Holanda E A Revolução Social
Sérgio Buarque de Holanda, escritor do livro Raízes do Brasil, obra que segundo Iglésias (1992) é eminentemente política contendo uma visão da História do Brasil não aristocratizante, senhorial, elitista. Esta visão que Iglésias cita vem de...

- Cidades Rebeldes: Passe Livre E As Manifestações De Rua Do Brasil
Cidades Rebeldes: Passe livre e as manifestações de rua do BrasilErmínia Maricato et alii, Ed. Boitempo Editorial O livro sobre as ondas de protesto de junho que varreram as principais capitais do Brasil é leitura obrigatória para todos aqueles que...

- O Charme Da Ciência E A Sedução Da Objetividade
Daniel Faria* BRESCIANI, Maria Stella Martins. O charme da ciência e a sedução da objetividade. Oliveira Vianna entre intérpretes do Brasil. São Paulo: UNESP, 2005. Por que alguém dedicaria uma vida intelectual ao estudo da obra de Oliveira Vianna?...

- Gilberto Freyre E O Tema Da Miscigenação
Elide Rugai Bastos analisa como o pensamento de Gilberto Freyre constitui elemento fundamental da vida cultural e política que emerge no Brasil a partir da Revolução de 30, tendo ainda reflexos na vida social brasileira. Através da tese da democracia...

- A Revolução Burguesa No Brasil
  A revolução burguesa no Brasil Em 1974, em meio à ditadura e dez anos após o golpe militar, Florestan Fernandes publicou A revolução burguesa no Brasil. Recebido à época como uma tentativa de explicação das origens e fundamentos do...



Ciências Humanas e Sociais








.