Ciências Humanas e Sociais
Barqueiros: a luta continua contra a poluição da exploração dos Caulinos ( assina a Petição)
Passados quase 18 anos, a população volta a ficar revoltada, ao tomar conhecimento que foi concedida a exploração de caulino, numa área de superfície de 41, 92 hectares, situada nas freguesias de Vila Seca e Milhazes, em Barcelos.
Esta exploração de caulinos situada em Barqueiros foi a causa de 2 mortes e alguns feridos, há 18 anos atrás. Durante uma manifestãção, a arma de um GNR, disparou-se acidentalmente, matando um jovem que se encontrava entre os manifestantes.
José Carlos Manhente Simões, de apenas 20 anos de idade, perdeu a vida em 26/6/89.Um outro manifestante veio também a morrer, devido a ferimentos . Um sacrifício em vão, visto que a Junta de Barqueiros anda a negociar um acordo com a Mibal, a empresa ligada à exploração dos caulinos. Acordo este que é contrário à vontade da população
Em 1991, Barqueiros erigiu um monumento ao Autarcismo, símbolo da luta de um povo, em que alguns até perderam a vida e outros ficaram sem os seus entes queridos.
Vila Seca foi considerada uma zona agrícola, sendo por isso proibida a construção de qualquer tipo de habitação.Como podem então permitir a exploração dos caulinos, se estes vão contaminar a àgua dos solos, pondo em risco todas as plantações?Como pode o ministério do ambiente decretar que são zonas ecológicas, se agora cedeu um alvará que será a causa da devastação e da poluição dessas mesmas zonas?
Uma dessas explorações que estão previstas, situa-se a poucos metros de uma escola, pondo em risco a saúde de ínumeras crianças, devido a poeiras que poluirão a atmosfera circundante, sem falar nos enormes e perigosos buracos que serão feitos e que podem provocar acidentes.
Fonte:
http://missixty2005.blogspot.com/2007/11/sem-caulinos-vivemos-se.html
http://movimentocivicobarqueiros.blogspot.com/
Foi, entretanto, criada uma petição intitulada "Contra a Exploração de Caulino no Centro da Freguesia de Barqueiros".
Esta iniciativa partiu de um grupo de jovens barqueirenses e tem como primeiro subscritor o Sr. Américo Silva, não possui qualquer índole partidária tendo apenas como objectivo levar o problema a discussão em Assembleia da República e desse modo permitir que se levantem questões que em 20 anos nunca haviam sido colocadas.
PETIÇÃO
Para a Assembleia da República Portuguesa
Há 20 anos, depois da contestação da população e dos autarcas, só a morte de Carlos Simões impediu que a exploração de caulino se realizasse no centro da Freguesia de Barqueiros.
Nessa altura, sabendo que se tinha de coabitar com a delapidação do solo e subsolo da sua terra, os Barqueirenses apontavam zonas alternativas à exploração que a empresa MIBAL pretendia fazer junto à Igreja, à Escola, ao Jardim de Infância e ao Terreiro secular da Senhora das Necessidades.
Dizia o explorador que os terrenos não tinham nem caulino nem areias. Decorrido este tempo comprovou-se o contrário, pois foi precisamente nesses terrenos alternativos que decorreu a quase totalidade da extracção mineira.
Teimosamente a empresa só queria explorar os terrenos do centro da freguesia e só as agressões e a morte puseram termo a este processo.
As vozes dos autarcas que exteriorizavam o sentir da população não foram ouvidas pelas entidades responsáveis.
Com uma atempada decisão para a exploração se fazer nos terrenos alternativos, fora do centro da freguesia, este problema ter-se-ia resolvido sem os custos que são conhecidos.
Estranhamente, estando o problema da população de Barqueiros sanado há duas décadas, surge agora, a própria Junta de Freguesia a abrir as portas para a exploração no centro da freguesia. Sem qualquer respeito pela memória dos que se opuseram celebrou mesmo um acordo, aprovado na calada da noite, com a MIBAL.
Uma decisão que nos envergonha a todos e que não tem aceitação pacífica dos Barqueirenses.
Visa esta Petição trazer de novo a público o desacordo com a exploração no centro da freguesia.
Está consagrada uma solução para que isso não aconteça.
Os Barqueirenses respeitam essa solução.
Queremos honrar todos os que lutaram neste processo: simbolizados no monumento “ao Autarcismo de um Povo”.
Temos memória.
Não queremos o centro da nossa terra esventrado e esburacado pelas escavadoras, as estradas invadidas permanentemente por camiões, o barulho de uma exploração a céu aberto, o pó a entrar pelas casas, Escola, Infantário e estabelecimentos comerciais.
Pelo exposto, ao abrigo das disposições constitucionais e legais aplicáveis, os cidadãos abaixo-assinados – Barqueirenses e outros que sempre apoiaram esta luta – solicitam à Assembleia da República o seguinte:
1) a criação de um Grupo de Trabalho que elabore um Relatório isento sobre os reais efeitos da exploração na freguesia de Barqueiros;
2) que na elaboração do Relatório sejam ouvidos técnicos e entidades rigorosamente independentes;
3) que se assumam todas as consequências dos resultados desse Relatório, nomeadamente o resgate da concessão, a preencherem-se os requisitos legais exigidos.
Barqueiros, 8 de Setembro de 2009
Sincerely,
Para assinar:
http://www.petitiononline.com/Caulinos/petition.html
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