Abraço ao rio Tua ( 26 de Fevereiro) e comunicado da Quercus a propósito do lançamento da 1ª pedra da barragem
Ciências Humanas e Sociais

Abraço ao rio Tua ( 26 de Fevereiro) e comunicado da Quercus a propósito do lançamento da 1ª pedra da barragem


A todos os amigos da defesa do Vale e da Linha do Tua!

Um conjunto de activistas está a organizar para o próximo dia 26 de Fevereiro a realização de uma acção simbólica, O Abraço ao Tua, utilizando a ponte rodoviária, acompanhado de um piquenique e visita à zona envolvente e de um fórum/discussão pela causa, para dar visibilidade à luta contra a construção da barragem e pela defesa do rio, do vale e da Linha do Tua.





COMUNICADO SOBRE O INÍCIO DA CONSTRUÇÂO DA BARRAGEM DE FOZ DO TUA
QUERCUS – NÚCLEO REGIONAL DE VILA REAL E VISEU

A primeira pedra da barragem da Foz do Tua, simboliza a pedra que se quer colocar em cima de um defunto a quando do seu enterro.

Simboliza o desejo pela morte do Turismo do Tua, da biodiversidade do Vale, doDesenvolvimento Sustentável, do Património Humano, Cultural e Arquitectónico e da *Linha do Tua* com mais de 123 anos de História.

Demonstra ainda o desrespeito pelo passado e o “não querer saber” do futuro. O desrespeito pela identidade da região.

A Quercus lembra que *a futura barragem, a ser construída, produzirá o equivalente a 0,07% da energia eléctrica consumida em Portugal em 2006 *(Dados da Rede Eléctrica Nacional).

Esta barragem afectará de modo irremediável o Património Natural do Vale do Tua*um dos mais bem conservados de Portugal.

Afectará também de forma irreversível a paisagem Património Mundial do Douro Vinhateiro.

A construção da barragem de foz Tua viola a Directiva Quadro da Água, por destruição da qualidade da água.

A construção desta barragem acaba com a linha do Tua e com a acessibilidade ferroviária ao nordeste.

A construção desta barragem, a concretizar-se, irá afectar muito negativamente os últimos dois pilares de desenvolvimento da Região de Trás-os-Montes e Alto Douro: a Agricultura e o
Turismo*. Recorde-se que estas duas actividades não são deslocalizáveis e de alto valor
acrescentado.

Se barragens fossem sinónimo de riqueza e emprego esta região seria uma das mais ricas e com taxas de desemprego mais baixas da Europa, e isso não se verifica, bem pelo contrário.

Trás-os-Montes e Alto Douro está a ficar cada mais pobre e mais despovoado. A construção desta barragem só irá agravar a situação


A estimativa do custo do Plano Nacional de Barragens é de 7.000 milhões de euros a ser pagos pelos consumidores - em vez de um investimento em alternativas energéticas que custariam somente 360 milhões de euros para obter os mesmos benefícios em termos de protecção da clima e de independência energética (1).


Para mais informação contactar João Branco – 96 453 47 61


[1] As novas grandes barragens requerem um investimento de 3600 M€, implicando custos futuros com horizontes de concessão até 75 (setenta e cinco) anos. Somando ao investimento inicial os encargos financeiros, manutenção e lucro das empresas eléctricas, dentro de três quartos de século as nove barragens terão custado aos consumidores e contribuintes portugueses
não menos de 7000 M€ – mais um encargo brutal em cima dos que já se anunciam por força da crise e em cima dos custos de deficit tarifário eléctrico que neste momento atinge cerca de 1800 M€.
A mesma quantidade de electricidade que as barragens viriam a gerar pode ser poupada com medidas de uso eficiente da energia, na indústria e nos edifícios, com investimentos 10 (dez) vezes mais baixos, na casa dos 360 M€, com períodos de retorno até três anos, portanto economicamente positivas para as famílias e as empresas. Estas estimativas foram feitas por :

- Madeira A, Melo JJ (2003). Caracterização do potencial de conservação de energia eléctrica em Portugal. *VII Congresso Nacional de Engenharia do Ambiente*. APEA, Lisboa, 6-7 Novembro 2003
- Melo JJ, Rodrigues AC (2010). O PNBEPH numa perspectiva de avaliação estratégica, política energética e gestão da água. 4ª Conferência Nacional de Avaliação de Impactes (CNAI´10). APAI/UTAD, Vila Real, 20-22 Outubro 2010.


QUERCUS A.N.C.N – NÚCLEO REGIONAL DE VILA REAL E VISEU
Bairro da Araucária, Bloco G, Cave 7
5000-584 VILA REAL
www.quercus.pt/scid/webquercus/defaultArticleViewOne.asp?categoryID=567&articleID=3425
http://vilarealviseu.quercus.pt/scid/subquercus/



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