A Rua é Nossa! - Manifestação em Lisboa e Coimbra (15 de Maio). Todos à rua, porque não somos mercadoria nas mãos dos políticos e banqueiros
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Foi convocada para hoje, 15 de Maio, em Lisboa, uma manifestação de protesto sob o lema «Democracia verdadeira, já!», e cuja iniciativa partiu de Espanha mas que se ampliou por vários países como a França, Bulgária, Estados Unidos, México e Turquia.
NÂO SOMOS MERCADORIA NAS MÃOS DE POLÍTICOS E BANQUEIROS
«Queremos uma mudança e um futuro digno!
Os estudantes, os estagiários, os trabalhadores, os desempregados, os mal remunerados, os subcontratados, os precários, os intermitentes, os reformados, os pensionistas… enfim, todos nós estamos fartos de reformas anti-sociais que nos deixam desempregados, cansados dos bancos que provocaram a crise nos subam as hipotecas ou fiquem com as nossas casas, indignados por nos imporem leis que limitam a nossa liberdade em benefício dos poderosos. Responsabilizamos os poderes políticos e económicos pela nossa situação precária e exigimos uma mudança de rumo.
Reiteramos que não pactuaremos com actos e atitudes de violência, xenofobia, preconceito e/ou racismo. Não nos identificamos com tais actos e atitudes e faremos todos os esforços para que este seja um protesto criativo, pacífico, e impossível de ignorar.
Convidamos todos os que se sentem ultrajados pela situação actual, todos os que pensam que podemos mudar, todos os que acreditam que podem contribuir para a mudança, a juntarem-se a nós.
A mudança está nas nossas mãos, nas nossas vozes, nas nossas acções.
A 15 de Maio, A Rua é Nossa…
Juntos, temos mais Força.
Convocamos todos a sair à rua no dia 15 de Maio pela 16h, sob o lema
“Democracia Verdadeira, Já!
A RUA É NOSSA!»
Em Lisboa esperamos que venham animados, cheios de espírito de mudança e de respeito mútuo. O programa é este:
A partir das 16h00 – Concentração no Marquês de Pombal
· 17h00 – Início da manifestação, rumo à Av. da Liberdade
· Descida da Av. da Liberdade e chegada ao Rossio
· Continuação da marcha em direcção ao Terreiro do Paço, Ministério das Finanças.
· Chegada ao destino segue-se uma pequena intervenção por parte de um dos elementos coordenadores, introduzindo temas pertinentes e iniciando a abertura do da participação de diferentes pessoas.
· Intervenções dos representantes dos diferentes movimentos/grupos sociais participantes, com espaço aberto a todos os que queiram fazer uma comunicação.
· 20h00 – Dispersão dos intervenientes
Manifesto
Somos pessoas comuns. Somos como vocês: pessoas que se levantam todos os dias para estudar, trabalhar ou procurar um emprego, pessoas que têm família e amigos. Pessoas que trabalham arduamente todos os dias para proporcionar um futuro melhor a todos aqueles que nos rodeiam. Alguns de nós consideram-se sonhadores, outros não. Alguns de nós têm ideologias bem definidas, outros são apartidários, mas todos estamos preocupados e revoltados com o panorama político, económico e social que percepcionamos: corrupção entre os políticos, empresários e banqueiros, deixando-nos desamparados, sem voz.
Esta situação tornou-se normal, um dia-a-dia sofrido, sem qualquer esperança. Mas, se juntarmos forças, podemos mudá-la.
Está na altura de mudar as coisas, de juntos construirmos uma sociedade melhor. Assim, defendemos que:
As prioridades de qualquer sociedade avançada têm de ser a igualdade, o progresso, a solidariedade, a liberdade cultural e o desenvolvimento sustentável, o bem-estar e a felicidade das pessoas.
O direito à habitação, ao emprego, à cultura, à saúde, à educação, à participação política e ao livre desenvolvimento pessoal e o acesso aos direitos do consumidor com vista a uma vida saudável e feliz – estas são verdades inalienáveis que devem ser respeitadas na nossa sociedade.
Os nossos actuais governo e sistema económico não têm em consideração estes direitos, e em muitos casos transformam-se num obstáculo ao desenvolvimento humano.
A democracia pertence às pessoas (demos = povo, krátos = governo), o que significa que o governo é feito por e para cada um de nós. De qualquer forma, tanto em Portugal como nos restantes países europeus, a maior parte da classe política nem sequer nos ouve. Os políticos deviam dar-nos voz nas instituições, facilitando, assim, a participação política dos cidadãos através de canais directos que possam garantir o maior benefício para uma sociedade abrangente; e não obter riqueza e prosperidade à nossa custa, sustentando apenas uma ditadura dos maiores poderes económicos.
A sede de poder e a sua concentração numa minoria criam desigualdades, tensões e injustiças, que levam à violência – a qual rejeitamos. O modelo económico obsoleto e artificial alimenta a máquina social numa espiral crescente que se consome a si própria, enriquecendo uns e atirando os restantes para a pobreza. Até ao colapso.
O objectivo do sistema actual é a acumulação de dinheiro, não olhando nem à eficiência nem ao bem-estar da sociedade, desperdiçando recursos, destruindo o planeta, criando desemprego e consumidores insatisfeitos.
Os cidadãos são os motores de uma máquina concebida para enriquecer uma minoria que não tem em consideração as nossas necessidades básicas. Somos anónimos, mas sem nós nada disto existiria. Somos nós que fazemos mover o mundo.
Se, como sociedade, aprendermos a não confiar o nosso futuro a uma economia abstracta, que nunca dá em troca benefícios para a maioria, podemos erradicar os abusos que todos sofremos.
Precisamos de uma revolução ética. Em vez de colocar o dinheiro acima dos seres humanos, devíamos voltar a colocá-lo ao nosso serviço. Não somos só aquilo que compramos, o motivo porque compramos e a quem compramos. Somos pessoas, não produtos!
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