Ciências Humanas e Sociais
A altiva e rebelde Antígona insurge-se contra o tirano e senhor do poder e da guerra
Antígona, história do mito e seu significado
Deve-se obedecer às ordens se elas forem injustas?
O homem tem o direito e mesmo o dever de desobedecer às ordens que se traduzirem na negação da dignidade humana.
Antígona encarna historicamente a ideia da desobediência civil, a recusa de obedecer à lei em nome de valores superiores.
Antígona encarna o direito natural de se revoltar contra o direito vigente. Representa a força da natureza contra os interesses do poder.
Alguns vêem nisso um perigo, uma ameaça de anarquia extremamente perigosa.
Antígona é a ilustração da figura subversiva. A desordem que produz é um sopro de vida.
História do mito
Creonte, rei de Tebas, proíbe Antígona de enterrar o corpo do irmão, Polinices, acusado de traição. A jovem rapariga desafia os decretos arbitrários de Creonte e dá uma sepultura ao corpo. Contra a razão do Estado, e contra a lei do soberano, ela defende a ordem natural. Nela não há qualquer vestígio de medo ou de culpabilidade.
A resignação e a submissão não é com ela. Deixa isso para a sua irmã, Ismene que exclama temerosa: « Nós somos mulheres. Como podemos nós combater os homens. O poder é sempre mais forte. É preciso ceder ou então esperar o pior.» (cfr. Antígona, de Sófocles)
Perante Creonte, Antígona comparece orgulhosa e forte, assumindo os seus actos. Condenada a ser enterrada viva, ela não teme a punição. Em contraste, o filho de Creonte, que a ama, sofre. O povo, esse, desaprova o gesto de Creonte, mas só em murmúrios, porque não tem a coragem de se indignar nem ousar erguer-se contra os decretos do soberano.
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A peça que Sófocles – Antígona - escreveu há 2.500 anos atrás exalta a coragem e a rebeldia de uma princesa que ousa enfrentar o poder encarnado num rei tirano. A peça continua ainda hoje a arrancar uma extraordinária admiração e intensas indagações da crítica literária e filosófica sobre a motivação da devotada filha de Édipo em arriscar a própria vida em nome de valores e princípios contra o poder e a razão do soberano.
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