Lençóis é uma cidade brasileira, na Chapada Diamantina, em pleno sertão do estado da Bahia. A cidade de Lençóis surgiu em meados do século XIX com a descoberta de muitas jazidas de diamantes na região da cidade de Mucugê. O garimpeiro é típico local. A região transformou-se depois no maior centro do coronelismo e da jagunçada.
É nessa região que se desenvolve o projecto Grãos de Luz e Griô, projecto que mobiliza e sensibiliza as comunidades através do personagem Velho Griô, um educador aprendiz, alegre e afectivo, que canta e conta histórias da cultura lençoense, inspirado na tradição oral de raízes afro-indígenas.
A magia do Velho Griô e dos griôs da tradição oral local e seus rituais de vínculo e aprendizagem encantam e enriquecem a identidade e criatividade dos educadores, crianças, adolescentes e jovens, integrando ensino informal e ensino formal na Roda da Vida e das Idades
O modelo de acção pedagógica do Grãos de Luz e Griô é vivenciado e sistematizado por meio de quatro estratégias de acção integradas. Cada estratégia de acção é direccionada a determinados sectores sociais e idades, facilitando a criação de uma roda.
O encontro das rodas chama-se Roda da Vida e das Idades, que se inspira na qualidade multissectorial, intergeracional, dançante e solidária das rodas das capoeiras, dos candomblés, das manifestações culturais indígenas, das tradições orais do noroeste da África e outras manifestações e organizações de tradição oral do Brasil.
a. Oficinas e cooperativas com crianças, adolescentes, jovens e suas famílias.
b. Caminhada do Velho Griô com griôs e grupos culturais nas escolas e comunidades.
c. Integração da tradição oral no currículo de educação municipal, com educadores municipais e atores de todas as idades do sistema municipal de ensino.
d. A Roda da Vida e das Idades, com todos os participantes, em diálogo com parceiros dos três setores sociais, conselhos municipais, estaduais e federais, universidades, projetos, programas e políticas do país e do mundo.
Quem é o Velho Griô, contador de histórias?
Primeiramente, o termo Griô é de origem francesa, Griot foi um termo cunhado por jovens africanos que foram para universidades francesas. Eles foram impulsionados pela preocupação em preservar os contadores de histórias, que carregam consigo a tradição oral. Na cultura dos povos africanos quando um Griot morre, é equivalente a um incêndio em uma biblioteca.
Os Griôs (palavra adaptada ao português), vêm de uma tradição secular, em que transmitem o conhecimento que adquiriram e que vão adquirindo durante a vida, sobre suas comunidades, podendo ser chamado de "patrimônio cultural imaterial" (tradições, costumes, práticas, técnicas, histórias dentre outros), transmitidos de geração para geração.
O Velho Griô surgiu de um desejo profundo de aprender com a tradição oral brasileira e africana, reverenciando-as e valorizando-as:
"- Surgiu da intuição de criar uma pedagogia que fosse coerente com a nossa cultura. O Velho Griô é um griô aprendiz como tantos outros que existem no Brasil. ", esclarece Lillian Pacheco
O Velho Griô canta e conta histórias. A palavra "Velho" remete à sabedoria e Griô refere-se ao personagem africano.
"A reação das crianças quando vêem o Velho Griô é de encanto e vontade de aprender. Elas se sentem valorizadas na sua linguagem e em sua forma de compreender o mundo. Elas amam compreender o ritual e ocupar seus lugares", diz Líllian.
Líllian ainda ressalta que, "quando as crianças conversam espontaneamente dizem:
- Eu conheço o Velho Griô, e a outra logo responde:
- Eu também conheço e sei contar as histórias dele.
Sobre a cidade de Lençóis ( no Brasil)
http://pt.wikipedia.org/wiki/Len%C3%A7%C3%B3is
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