Vigília de solidariedade com os imigrantes marroquinos detidos no CIT do Porto (hoje, 23 de Janeiro, das 18.30 às 22h)
Ciências Humanas e Sociais

Vigília de solidariedade com os imigrantes marroquinos detidos no CIT do Porto (hoje, 23 de Janeiro, das 18.30 às 22h)


Pela defesa dos direitos humanos.
Não às prisões administrativas.
Pois nenhuma pessoa é ilegal, nem deve estar presa sem culpa formada.


23 DE JANEIRO
Das 18h30 às 22h.

VÍGILIA JUNTO AO CENTRO DE INSTALAÇÃO TEMPORÁRIA DO PORTO.
Unidade Habitacional de Santo António
Rua Barão de Forrester, 186


Pela calada da noite, o Governo começou a expulsar os 23 imigrantes marroquinos que chegaram a Portugal. Do seu país estes imigrantes foram expulsos pela pobreza, no nosso foram recebidos como criminosos, presos num centro de detenção, privados da liberdade para novamente serem expulsos para o país de onde tiveram de sair. Estes imigrantes são vítimas das redes de tráfico e procuram apenas uma vida melhor. Como muitos portugueses procuraram e continuam a procurar noutros países.

Esta expulsão condena os imigrantes à miséria e a arriscar a vida novamente. Devolvê-los às redes de tráfico e de imigração ilegal que estes imigrantes ajudaram a denunciar é uma atitude criminosa do Governo e é uma forma cruel de os tratar, que incentiva estas redes ilegais.

Contra a crueldade da Lei

Pelos Direitos Humanos

Contra as redes clandestinas

Associações que convocam a vigília:
AACILUS, CASA VIVA, GAIA, OLHO VIVO, QUE ALTERNATIVAS, SOLIM, SOS RACISMO, TERRA VIVA!aes



Notícia que circulou ontem, via http://www.esquerda.net/ :

Seis dos 23 imigrantes marroquinos que desembarcaram em Dezembro no Algarve já foram deportados, sem que qualquer anúncio tivesse sido feito, nem mesmo aos advogados que estão a acompanhar o caso. A constatação foi feita pelo deputado José Soeiro ao visitar a Unidade Habitacional de Santo António, onde os cidadãos marroquinos estão detidos. Associações de Imigrantes têm marcada para sábado uma manifestação no Porto contra a detenção dos marroquinos, pedindo que lhes seja atribuída autorização de residência por motivos humanitários.
A visita de José Soeiro encontrou todo o tipo de entraves por parte do SEF, que de início negou a entrada do deputado, alegando que não tinha chegado a autorização do director nacional do SEF, porque o pedido fora feito tarde. Segundo o deputado, o Bloco de Esquerda comunicou ("porque não precisa requerer") segunda-feira ao director nacional do SEF, com conhecimento da directora da Unidade Habitacional, que iria visitar os imigrantes. José Soeiro salientou que os deputados não podem ser impedidos de aceder a instalações do Estado, a menos que sejam invocadas "grandes razões de segurança, o que não é o caso".
Horas depois, porém, a autorização chegou e o deputado pôde visitar os cidadãos marroquinos detidos. Foi logo à entrada que ele constatou, em conversa com os imigrantes, que seis deles já foram deportados, e quatro deverão sê-lo a qualquer momento. O próprio Soeiro informou do sucedido uma advogada que defende alguns dos imigrantes, um dos quais consta da lista de deportados. "Ela não tinha sido informada de nada e ficou revoltada, até porque o SEF não podia executar um acto administrativo sem a avisar, o que não foi feito", relatou Soeiro.
O deputado do Bloco suspeita que os entraves para a sua entrada no local estejam ligadas com o facto de as expulsões terem sido feitas às escondidas. "Não me espantaria que a intenção do SEF fosse expulsar todos antes de sábado, para esvaziar a manifestação."
José Soeiro encontrou os cidadãos marroquinos muito desiludidos. "Disseram-me que lhes deram falsas esperanças, para que é que era preciso detê-los este tempo todo se afinal iriam ser expulsos". Muitos deles têm familiares em Espanha que os aguardavam. O deputado do Bloco relatou que os imigrantes estão muito temerosos do tratamento que vão receber em Marrocos e garantem que, mesmo cientes de que correm risco de vida e que conhecem muitos casos de mortes na tentativa de travessia do estreito, vão voltar a tentá-la. "Não somos criminosos, só queremos trabalhar, era o que diziam o tempo todo", concluiu Soeiro.



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