The Take, o famoso documentário argentino de Avi Lewis e Naomi Klein, vai passar hoje na livraria-bar Gato Vadio (às 22h.) com entrada livre
Na continuação do Ciclo de documentários sobre a América Latina que está a decorrer na livraria-bar Gato Vadio (no Porto) vai passar hoje às 22h. o famoso documentário argentino The Take, de Avi Lewis e Naomi Klein, que nos fala das empresas recuperadas e geridas pelos próprios trabalhadores na Argentina, e que também serviram de base ao livro «Sin Patrón».
Gato Vadio,
Rua do rosário 281 Porto http://gatovadiolivraria.blogspot.com/
Entrada Livre
The Take, Avi Lewis e Naomi Klein, 2004 Documentário (Argentina)
“La Tomada”
No culminar do colapso económico da Argentina em 2001 e quando a contestação social invade as ruas de Buenos Aires, num subúrbio da cidade porteña trinta trabalhadores desempregados de uma empresa de auto-peças instalam-se na fábrica falida, colocam esteiras para dormir e recusam-se a sair. Se os responsáveis pela especulação financeira do país e os gestores ultra-liberais que arruinaram a economia empresarial deram de frosques, sobejaram as máquinas e, como sempre, a massa de explorados. Neste período de crise (que passou em franjas da sociedade argentina pela fome…), os espoliados pensam em garantir o seu sustento: querem ligar as máquinas paradas e trabalhar. O simples acto - a “tomada”, termo que se generalizou na Argentina para designar os movimentos de ocupação de fábricas falidas pelos trabalhadores - questiona a gestão das empresas pondo em causa os mecanismos de poder de uma minoria que gere uma maioria autocraticamente de cima para baixo, impondo não raras vezes o lucro (e a mentira do lucro) como o único sustentáculo dessa relação. Os “tomadores” descobrem a democracia directa e de base popular, enfrentam os patrões, banqueiros e um sistema que vê nas suas amadas fábricas (cuja ruína é a outra face dessa política de amor-ao-lucro) como nada mais do que sucata para venda.
Com “The Take”, o realizador Avi Lewis (jornalista canadiano) e Naomi Klein (autora do livro No Logo) apresentam um radical programa económico para o século 21, onde a autogestão representa uma possibilidade de dignidade humana: os trabalhadores sentem a necessidade de fugir à exploração capitalista e de viver de um modo digno, garantindo condições mínimas materiais de existência e condições máximas de desenvolvimento pessoal e colectivo.