Regulamentar os fluxos econômicos na escala m.
Ciências Humanas e Sociais

Regulamentar os fluxos econômicos na escala m.


A mobilidade humana ampliou-se, não há dúvidas. Na escala mundial as relações da globalização articulam uma malha de redes geográficas, alimentadas por redes técnicas, que se constituem numa nova configuração geográfica, acelerando impressionantemente os fluxos de bens econômicos e de pessoas. É certo que os bens econômicos (mercadorias, capitais, serviços, informações) circulam com muito mais desenvoltura nessa dimensão glo­bal do que os seres humanos. Mas também há constrangimentos na circulação dos fluxos econômicos. Aliás, mais que constrangimentos: há conflitos.
Vale relembrar uma razão: a ordem mun­dial existente se estrutura no interior da relação entre os países. No entanto, essas relações são desiguais:
1. alguns países são potências que atuam agressivamente;
2. agora há tam­bém corporações privadas bem mais pode­rosas que muitos países;
3. de modo geral, os fortes e os fracos nessa ordem só têm uma referência ao relacionar-se, que são seus pró­prios interesses. E sem dúvida isso vai signi­ficar problemas para a livre circulação dos bens econômicos; aliás, essa livre circulação dos bens econômicos vai significar proble­mas para cada país.
A regulamentação dos fluxos econômicos mundiais é objeto de muitos debates, pois há muitas críticas sobre a globalização que libe­raria forças que, em tese, causariam prejuízos às economias nacionais. Os Estados nacionais territoriais - inclusive os países mais ricos, quando percebem seus interesses nacionais contrariados, clamam por regras. É no inte­rior desse quadro que se vêm estruturando organizações internacionais que procuram regulamentar os fluxos econômicos.


Do GATT à OMC: um percurso espinhoso que se dirige ao desconhecido

Em 1948, período de esgotamento da Segun­da Guerra Mundial, o cenário mundial (não era bem a escala mundial, mas sim Europa ocidental e EUA) favorece a busca da eliminação de qual­quer tipo de conflito. Afinal, a tragédia estava vertendo sangue naquele momento e os custos para remover as ruínas e erguer um novo siste­ma econômico se anunciavam astronômicos.
Para se dinamizarem, as economias depen­diam de relações econômicas para além da escala nacional. Dependiam da remoção dos protecionismos, uma chave importante para a interpretação dos conflitos e das proposições para resolver a questão dos fluxos econômicos internacionais.
Leia atentamente o texto informativo sobre os organismos econômicos internacionais na página 34 do caderno do aluno. Nele encontra-se um panorama sinté­tico dos caminhos percorridos nos últimos 50 anos para se estabelecer meios e regras na or­dem dos fluxos econômicos mundiais.
Num mun­do de menores desigualdades econômicas - mundo que não existe ? os países buscam um bem comum através de acordos, tratados, san­ções, punições e protecionismos. Os países se movem pela lógica geopolítica. As referências e os objetivos a serem alcançados por cada país são os interesses de cada um. Agindo assim, não é mais fácil chegar à guerra do que à har­monia?
Algo espe­cífico, que une as relações econômicas e a Geopolítica, se encontra no texto e deve ser notado para desenvolver-se uma linha de raciocínio: o acordo comercial (GATT) foi concebido para promover a paz e combater o protecionismo, que é o "promotor da guerra". Para o horror dos economistas, a vida real, nesse caso, invade a lógica econômica. O que é o protecionismo comercial? E por que isso causaria guerra? Se proteger pode causar a guerra, nesse caso, a proteção ganha o sentido de agressão. Não é interessante? Vale raciocinar so­bre isso, refletindo sobre o caso atual que o texto destaca no seu final: os EUA e a União Europeia praticam o protecionismo em relação à sua agricultura, pois temem a cir­culação mais livre dos produtos agrícolas dos países emergentes e pobres, o contrário da filosofia que estaria na base da fundação da OMC.



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