Astros para contar o tempo
Livro resgata a origem dos calendários e das medidas de tempo e sua ligação com a astronomia
Igor Waltz
A astronomia nasceu da necessidade do homem de contar o tempo. Como o movimento de corpos celestes, principalmente o Sol e a Lua, não sofre a interferência humana, esses astros foram usados desde as primeiras civilizações para marcar a passagem do tempo, seja para prever a época do plantio ou da colheita, seja para comemorar festividades religiosas. A história dessa relação intrínseca entre astronomia e passagem dos dias é o tema do livro O tempo que o tempo tem, de Alexandre Cherman e Fernando Vieira.
O livro é baseado em um curso sobre astronomia e tempo criado pelos autores, que são pesquisadores da Fundação Planetário da Cidade do Rio de Janeiro. A idéia surgiu no ano 2000, por conta da chegada do novo milênio, quando o assunto se tornou uma febre e ganhou os noticiários. Desde então, os astrônomos ministram o curso todos os anos bissextos.
Na primeira parte, o livro apresenta, em linguagem simples e bem-humorada, as discussões filosóficas sobre o tempo e os conceitos básicos da ciência astronômica. Os autores explicam o funcionamento de movimentos da Terra, como a rotação, em que o planeta gira em torno de si mesmo, e a revolução (que alguns chamam de translação), em que se desloca ao redor do Sol, e de que forma influenciam a contagem do tempo.
Dia sideral
Um calendário nada mais é do que um conjunto arbitrário de regras para organizar o tempo. Nem sempre, porém, essas regras conseguem refletir com exatidão o movimento dos astros. Aqui na Terra, por exemplo, temos a impressão de que o Sol precisa de 24 horas para dar uma volta completa em torno de nosso planeta, o chamado dia solar. Porém, um dia sideral, que é o tempo em que nosso planeta gira em torno de si, dura em torno de 23 horas e 56 minutos.
Pequenas imprecisões como esta podem se acumular ao longo dos anos e se tornar enormes, o que obriga os povos a readaptar suas ?folhinhas? de tempos em tempos. A segunda parte do livro aborda as diversas mudanças sofridas desde o calendário inventado pelos antigos romanos até o calendário gregoriano, utilizado por nós atualmente.
Os autores tratam também de outras formas de marcar o tempo, como os calendários judaico e muçulmano, ainda em uso. Também são discutidos sistemas já extintos, como o calendário maia, que tinha unidades de tempo similares às nossas, como o dia e o ano (também com 365 dias), mas também outras mais extensas, como o alautun, que abrangia um período de mais de 63 milhões de anos.
A seção final do livro explica dúvidas comuns na cabeça de muita gente: por que o ano tem 12 meses e a semana, sete dias? E por que o horário de verão começa no Brasil durante a primavera? O tempo que o tempo tem é uma leitura rápida e bastante envolvente, com uma abordagem simples e direta de temas da astronomia com uma influência direta no dia-a-dia. Os autores satisfazem a curiosidade do leitor, com um assunto capaz de prender a atenção de todos.
O tempo que o tempo tem ? por que o ano tem 12 meses
e outras curiosidades sobre o calendário
Alexandre Cherman e Fernando Vieira
Rio de Janeiro, 2008, Jorge Zahar Editor
144 páginas
Revista Ciência Hoje
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