O país saiu à rua: com a precariedade não há liberdade (texto dos Precários Inflexíveis)
Ciências Humanas e Sociais

O país saiu à rua: com a precariedade não há liberdade (texto dos Precários Inflexíveis)




O país saiu à rua:“Já chega!”.
O país saiu à rua:“Com a precariedade não há liberdade”

Mais de 400.000 pessoas em várias cidades do país afirmaram que não aceitam a proposta que as remete para a precariedade, para a pobreza, para a dificuldade, para a dependência da família, dos amigos… pior, dependência da boa vontade do patrão. Hoje o país mudou, porque não voltaremos para trás. Temos mais força para reconquistar os nossos direitos.

A falta de direitos no trabalho é a falta de direitos na vida. Por isso, mais de 300.000 pessoas em Lisboa, mais de 80.000 pessoas no Porto, muitos outros milhares espalhados pelo país inteiro afirmaram “Já chega”. Não aceitamos mais exploração e precariedade.

A seguir ao dia de hoje não faltarão responsáveis políticos, comentadores e dirigentes a pregarem nas suas homilias nos media sobre as dificuldades em que nos encontramos, sobre a necessidade de visão realista que hoje é necessária e sobre a responsabilidade externa do que nos acontece por cá.

Mas da realidade sabemos nós, precários, desempregados, mal-empregados, estagiários, explorados… Sabemos que os problemas do trabalho e da vida não são nenhuma novidade, resultaram de vários anos de opções que fragilizaram o trabalho e os direitos para que alguns acumulassem privilégios. Sabemos que temos direito ao salário, à dignidade. Sabemos também que é o poder económico que nos tenta impor, pelas mãos do Governo e do seu parceiro, principal partido da oposição, a precariedade e a exploração como forma de ganhar mais quota, mais dividendos, mais poder.

Não aceitamos, não aceitaremos que nos roubem mais a vida. Exigimos todos os direitos a que temos direito apontando como solução a riqueza acumulada por poucos, resultado do nosso trabalho. Queremos essa riqueza de volta: nos serviços públicos, nos salários, nos direitos.

Onde existirem soluções imediatas, que se apliquem já. Quando não existirem opções imediatas, que se criem, que se inventem, porque é para isso que servem as democracias, as ideias, as propostas, as pessoas.

Hoje, o país mudou. Não voltaremos para trás.
A rua é nossa.


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