Ciências Humanas e Sociais
Nas areias do Saara
Nós ocidentais sempre olhamos o mundo árabe,com preconceitos e o vemos como algo exótico,reduzido ao fenômeno religioso.Uma região governada por regimes teocráticos e autocráticos,com monarquias como a da Arábia Saudita e ditaduras como á do Egito de Hosni Mubarak,que governa desde 1981 e o país é governado por uma ditadura desde 1959.
O ano de 2011 e a década de 2020,inicia com uma "Primavera dos povos árabes" ou a " a revolução de jasmin",que espalha o seu perfume de liberdade. A revolução que iniciou após o ambulante Mohamed Bouazizi,de 26 anos,imolar se com fogo em Sidi Bouzid,em protesto contra a apreensão pela policia tunisiana de frutas e verduras que ele vendia nas ruas,mesmo licenciado estava desempregado.
A Revolução que iniciou na Tunísia contra o ditador Zine El Abidini Ben Ali,que estava no poder desde 1987 e que implantou o projeto neoliberal, que arruinou a Tunísia assim como o Egito de Hosni Mubarak.
O neoliberalismo fez com que o Egito de Hosni Mubarak,seja um dos países mais pobres do mundo árabe,onde tem uma população de 80 milhões e destes 40 % vive com menos de dois dólares por dia.
A revolução que atinge o mundo árabe,a Tunísia, Argélia,Mauritânia,Egito,Yêmem,Jordânia,após a morte de Mohamed Bouzizi,não foi organizada por partidos políticos de matizes islãmicas, radicais de esquerda,centro esquerda ou liberais,mas sim pelos jovens com a idade máxima de 25 anos.
Juventude está sem vínculo algum com partídos ou até com grupos radicais fundamentalistas,estes grupos foram pegos debilitados por causa da repressão de governos autocráticos como da Argélia,Egito,Marrocos,Tunísia e até de surpressa.
Os novos atores pegaram desprevenidos os E.U.A, União Europeia e Israel,que ´-a muito tempo estavam preparados para negociar,agir,cooptar os partidos políticos de cunho fundamentalista que poderiam ocupar o lugar de seus aliados,nos respectivos países do norte da África e do Oriente médio.
Os novos atores sociais e revolucionários destes protestos são jovens desempregados,operários,universitarios e intelectuais que tem como pauta a luta contra a pobreza,desemprego,inflação dos preços dos alimentos,corrupção,contra a repressão política e por democracia nos seus respectivos países.
Um dos maiores feitos dos manifestantes foi o uso da internet,como blogs,emails,twitter,faceboock e o velho metódo do boca a boca nas mesquitas no momento da oração diária e principalmente nas orações da sexta feira.
Está revolução em marcha no continente africano e no sul da peninsula arábica e que logo entrará nos países do golfo pérsico,marcados pela corrupção,repressão e alinhamento com o Ocidente.
Jogará os E.U.A e a União Europeia numa sinuca de bico,se eles defendem a democracia como valor universal,porque apoiam e sustentam ditaduras e monarquias?
Ditaduras e Monarquias corruptas e sanguinárias,que conseguem a se manterem a base do terrorismo e medo, contra a população civil e os que se opõem aos seus interesses despotas.
A nova revolução que sobra no Saara não é religiosa e está ao aveso aos partidos políticos de matiz fundamentalista,de esquerda,liberal,que foram levados de arrasto.Ela nasceu pela necessidade das massas e da juventude,de maneira espontânea,esperamos que a primavera árabe,não seja freada pelos partidos.
Partidos estes que podem trocar uma elite autocrática e colocar outra,em que fica ser revezando no poder e governo., oprimindo cada vez mais a classe trabalhadora e a juventude destes países.
A classe trabalhadora e a juventude árabe que estão lutando por democracia e participação popular,pela sobrevivencia e regeitam o modelo teocrático e autocrático,tem um desáfio que é avançar na revolução.Que é obra e construção do próprio povo e serem donos de seu próprio destino.
Mais uma vez o mundo árabe nos surprende e nos mostra que de fato não conhecemos os mistérios do oriente e do deserto.Mudanças estas que nos vem como esperança e profecia,nas vesperas do Fórum Social Mundial de Dacar no Senegal que inicia agora dia 6 a 11 de Fevereiro de2011.
Por: Júlio Lázaro Torma
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