Ciências Humanas e Sociais
Manifesto da Sexpol ( Wilhelm Reich)
O que é o caos sexual? - é invocar no leito conjugal a lei do "dever conjugal"; - é contrair uma ligação sexual por toda a vida sem ter previamente conhecido o parceiro quanto à sexualidade; - é deitar-se com uma rapariga proletária e, ao mesmo tempo, não exigir o mesmo de uma rapariga burguesa "respeitável"; - é a lubricidade de uma sórdida vida de prostituição ou a espera da noite de núpcias, por abstinência; - é fazer culminar a potência viril no desfloramento; - é, aos 14 anos, despir mentalmente, com avidez, de cima para baixo, uma gravura de mulher, e depois, aos 20 anos, participar na cruzada nacionalista em prol da pureza e da honra da mulher; - é tornar possível a existência de tresloucados e inculcar os seus fantasmas perversos a dezenas de milhar de jovens; - é castigar os jovens pelo delito de auto-satisfação e fazer acreditar aos adolescentes que, pela ejaculação, perdem a espinal-medula; - é tolerar a indústria pornográfica; - é excitar a mocidade com filmes eróticos, retirar daí lucros, mas recusar-lhes a satisfação sexual, apelando, ainda por cima, para a cultura. O que não é o caos sexual? - é desejar por um amor recíproco, o mútuo abandono sexual, sem atender às leis estabelecidas e preceitos morais, e agir em consequência; - é libertar as crianças e adolescentes dos sentimentos de culpabilidade sexual e deixá-los viver conforme as aspirações da sua idade; - é não se casar nem se ligar duravelmente sem ter conhecido o seu parceiro, quanto ao sexo; - é não procriar filhos a não ser que os deseje e os possa criar; - é não reclamar de alguém um direito ao amor e ao abandono sexual; - é não matar o parceiro por ciúme; - é não ter relações com prostitutas mas com amigas do seu meio; - é não fazer amor atrás dos portões, como os adolescentes fazem hoje, mas fazê-lo em quartos sem ser perturbado; - é não manter um casamento infeliz e fatigante, por um escrúpulo moral. O movimento cultural revolucionário não vencerá se não forem resolvidas estas questões (publicado no jornal Sexpol, de 1936)
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Manifesto - Por Uma Nova Política Para O Trabalho Sexual
Este manifesto foi publicado no jornal Público de 15/03/2007 e é subscrito por Alexandra Oliveira, Manuel Castro Silva e Fernando Bessa (Universidade do Porto, Universidade do Minho, Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douto), com Johanna Schouten...
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A Sexualidade E As Classes Sociais (in «a Revolução Sexual», De Daniel Guérin)
Transcrição do quarto capítulo do livro de Daniel Guérin, «Revolução Sexual, segundo Reich e Kinsey»(Essai sur la révolution sexuelle après Reich et Kinsey», no original), editado pela Inova (1975) Breve nota biográfica (retirada da contracapa...
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Os Brinquedos Sexistas
O sexismo está presente em muitos dos nossos actos do quotidiano. Os seus estereótipos teimam em manter-se nas atitudes, mentalidades e estruturas sociais. A sua superação permitirá certamente a desmontagem de muitas estruturas de micro-poder que...
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A Liberdade E/ou Libertação Sexual
Facilitada pela contracepção, prescindindo do casamento, exibida às claras no espaço pública e tolerada em várias das suas variantes, a sexualidade não deixa de suscitar questões e interrogações acerca da real libertação sexual. «À medida...
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O Amor Oprime, O Sexo Liberta.
O amor oprime, o sexo liberta.
O amor é uma construção social. Deriva de um mito e de efabulações líricas. Durante muito tempo, as relações sexuais só adquiriam legitimidade social com o recurso à vontade divina, ou do beneplácito do clã,...
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