Ciências Humanas e Sociais
Lançamento no Porto do livro Trabalhadores do Sexo Uni-vos! da antropóloga Ana Lopes
Amanhã ( 23 de Fevereiro) às 21.30 será finalmente lançado na cidade do Porto o livro Trabalhadores do Sexo Uni-vos da antropóloga Ana Lopes. O local escolhido para a iniciativa será no Clube literário do Porto ( à Rua Nova da Alfândega, 22). A apresentação da obra e da autora estará a cargo de Miguel Vale de Almeida, também ele antropólogo e professor catedrático.
Este livro, que é uma visão “de dentro”, escrito por uma ex-sex worker e activista pelos direitos dos trabalhadores do sexo, relata o processo pioneiro e a luta pela qual profissionais do sexo alcançarama sindicalização oficial no Reino Unido. Coloca questões essenciais em relação à emergência de movimento sociais, ao movimento internacional de trabalhadores e aos direitos das mulheres.
“Trabalhadores do Sexo Uni-vos!” explora a formação e a dinâmica da organização laboral dos trabalhadores do sexo, através da investigação-acção e da etnografia. Apresenta uma análise do debate feminista sobre o trabalho e a indústria do sexo e defende a aceitação do trabalho do sexo como um trabalho legítimo, a descriminalização da prostituição, e a atribuição de direitos laborais a todos aqueles que trabalham na indústria do sexo. É uma importante contribuição para a história do movimento dos direitos dos trabalhadores do sexo.
Em Fevereiro de 2000, quinze profissionais da indústria do sexo convocados por Ana Lopes concluíam que o movimento sindical era o caminho na luta contra os problemas ligados aos vários ramos do trabalho sexual.
Em Março de 2002, depois de várias recusas de sindicatos britânicos, o terceiro maior sindicato geral do Reino Unido criava uma nova secção: Indústria do Sexo.
Três anos depois, cinco países europeus têm sindicatos que representam os trabalhadores desta indústria.
"Trabalhadores do sexo uni-vos" dá a palavra a profissionais do sexo sindicalizados, que desmontam o discurso habitual sobre o negócio do sexo. Deslocar o debate sobre o trabalho sexual do quadro moral para o quadro laboral é a revolução que propõem.
Ana Lopes, a autora, antropóloga doutorada pela University of EastLondon, trabalhou na indústria do sexo durante quatro anos, como operadora de linhas telefónicas eróticas, modelo e dançarina de strip-tease. Activista e pioneira, é reconhecida internacionalmente como especialista em assuntos relacionados com a indústria do sexo e tem sido alvo de atenção por parte dos meios de comunicação de vários
países, designadamente em vários documentários televisivos e na imprensa.
Ver aqui a reportagem transmitida pela Sic sobre a autora Consultar ainda:
www.sexworkeurope.org
Princesas,
um filme de Fernando León de Aranoa
A propósito do trabalho sexual não será certamente despropositado a referência que decidimos fazer aqui ao filme «Princesas» do jovem, mas já internacionalmente reconhecido, realizador espanhol Fernando León de Aranoa, e que conta na sua banda sonora com a música de Manu Chao
Trata-se de um filme sobre a prostituição, melhor dizendo, sobre prostitutas mas que evita cair em pieguismos conferindo dignidade e bravura às trabalhadoras sexuais.
Breve sinopse do filme:
Cayetana (Candela Peña) vem de uma família de classe média espanhola que ignora a sua vida de prostituta. Ela e outras profissionais do sexo passam o tempo num salão de cabeleireiro, reclamando das suas colegas imigrantes que cobram barato e que lhes roubam clientes. Uma dessas imigrantes é Zulema (Micaela Nevárez), dominicana que usa o dinheiro ganho nas ruas para sustentar o filho, que continua na sua terra natal. Um dia Cayetana encontra Zulema espancada e leva-a ao hospital. No caminho nasce uma amizade e ambas descobrem que idealizam um improvável amor.
Pequeno excerto do filme Princesas:
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