Estamos no bom caminho quando o Pimenta Negra incomoda os agentes do poder
Ciências Humanas e Sociais

Estamos no bom caminho quando o Pimenta Negra incomoda os agentes do poder



A desmontagem dos esquemas com que o poder se serve para se reproduzir é, e deve ser, um dos objectivos de quem luta pela emancipação social e cultural do ser humano das teias com quem o oprimem.
Esse caminho de desocultamento não é fácil nem tarefa de dias. Exige lucidez, perseverança e clarividência para a sua realização, uma vez que a força da inércia , da ignorância e ingenuidade não são infelizmente coisa rara por estas paragens, como ainda é frequente a intoxicação psicológica produzida pelas estruturas e agentes dos interesses instalados toldar a vista e a inteligência de quem se esforça para a dignificação dos explorados e oprimidos.
Claro está que tudo isto não é novidade. Os estratagemas com que o poder se socorre são já antigos ( fala-se até da «segunda mais velha profissão do mundo»…), mas já o que é surpreendente é a inexperiência e ingenuidade de que dão mostram alguns espíritos, e que preferem continuar a assobiar para o lado.
Tudo isto vem a propósito da autêntica barragem de atoardas que o responsável deste website tem sido objecto desde que colocou o post sobre o novo director do SIS ( ver infra), dando mesmo a ideia que terá tocado numa «vaca sagrada» para certos círculos, mais que minados por uma rede de influências bem direccionada. O vespeiro que veio ao de cima só reforça a ideia que estamos no bom caminho na luta pela transparência e tratamento analítico dos mecanismos do poder sacralizado, qualquer que ele seja. De resto, não são mais que dois, os elementos a quem deve ser assacada mais que previsivelmente a autoria desta campanha de ataques pessoais, devidamente acolitados pelo coro de ingénuos de sempre.
Os famigerados pára-quedistas apareceram pouco tempo depois das manifestações no Porto realizadas a propósito da cimeira da OCSE há uns três atrás. O seu repentino aparecimento, ainda para mais num contexto cibernético, a oferecerem os seus préstimos técnicos despertaram desde logo a maior curiosidade, que veio a aumentar à medida que se interessavam por aspectos que só uma consciencialização teórica ou então uma prática radical poderiam suscitar interesse. O que não era obviamente o caso. De seguida, adoptaram o procedimento típico em situações similares que é o da colagem ao líder informal e a respectiva veneração. A falta crónica de jeito, a inconsistência e a leviandade que deram mostras revelaram à saciedade que não passavam de seres alienígenas num planeta que lhes era completamente estrangeiro. A sucessão de erros e incoerências fez o resto.
Assombrações como estes não são anormais, dadas as lógicas subjacentes ao mundo capitalista contemporâneo. Infelizmente temos que conviver com tais epifenómenos. O que não impede que estejamos atentos em relação a eles, e saibamos fazer a sua descodificação.
Este weblog, e o seu autor, nunca deixarão de lutar pela transparência e pela justiça social. Até podemos entender que os aparelhos estatais (ainda que questionemos a sua génese) tenham na sua lógica interna um princípio de defesa e prevenção contra riscos externos (o mesmo se passando com qualquer organização formal ou informal), mas já somos frontalmente contra o Estado de Excepção que nos querem impor.
Assim como nos mostramos claramente contra o cerceamento de direitos e liberdades e a domesticação do combate pela justiça e pela liberdade dos injustiçados.
Desgraçadamente, como se não fossem já suficientes os obstáculos com que se vão defrontando, os vários movimento sociais (sindicalista, ecologista, libertário, etc) ainda têm que se desembaraçar dos entraves colocados artificialmente no seu caminho.
Sem esquecer a ligeireza de uns quantos que, interpelando retoricamente o poder estatal, ainda acreditam na imaculada Virgem Maria.


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