Para estes autores a técnicas produtivas da indústria capitalista ao procurarem satisfazer uma necessidade, através da produção industrial das mercadorias, geram outras tantas carências e insatisfações que, num ciclo interminável, aguardam pela sua superação. O crescimento económico, segundo estes autores, alimenta-se dos seus próprios prejuízos e insatisfações que produz incessantemente. A conclusão é, pois, óbvia: a economia tal como a conhecemos, isto é, a economia capitalista é contra-produtiva, já que o crescimento se mostra nefasto, lesivo e ilusório. Nefasto, porque destrói os recursos não renováveis e gere, além disso, altíssimos custos sociais: exclusão, precariedade, desemprego tecnológico, alienação social e mercantil, perda do sentido e de autonomia face às forças poderosas do Estado e das grandes mega-corporações, as empresas transnacionais. Ilusório, porque não existe na realidade valor acrescentado senão por via dos preços, e estes não dão conta das inutilidades crescentes (desperdícios,etc) e dos valores perdidos.
Claro está que um questionamento do progresso e do crescimento económico deste género arrasta consigo outros problemas, como o problema do emprego e a indispensabilidade de um outro modelo e de uma outra lógica que não seja o produtivismo economicista de inspiração liberal ( ou marxista) da economia clássica, predominante desde a Revolução Industrial. Uma vez que não haverá empregos para todos haverá então que dividir os rendimentos gerados ( consultar a esse propósito André Gorz) e redefinir o papel do Estado e do mercado, bem como da esfera das actividades autónomas (triângulo de S.C. Kolm).
Nesta perspectiva valorizam-se as actividades autónomas, fora do âmbito do mercado, que são conviviais, que se mostram pouco poluentes , porque utilizam técnicas produtivas alternativas, e são promotoras do salário mínimo universal, o qual deverá ser acrescentado ao elenco já tradicional dos direitos do homem, e como tal qualificado.
O controle das chamadas tecnociências, até agora submetidas aos imperativos económicos do lucro ou do poder ( consultar sobre a matéria L.Mumford, J.Ellul), integram todo um projecto alternativo que valoriza as sinergias comunitárias de cooperação e entre-ajuda, e contesta frontalmente o capitalismo e o seu pretenso realismo em resolver a crise ambiental, cujo desencadeamento e agravamento ele próprio foi o principal responsável.
A ecologia social aponta claramente para a superação do paradigma modernista da ideia de «progresso» e de «crescimento», cujos limites são cada vez mais patentes com o rápido esgotamento dos recursos naturais, remetendo para aquilo que já é designado por alguns como sociedades do pós-crescimento.
Consultar o livro:
Social Ecology After Bookchin
David Watson (Contributor) and Andrew Light (Editor)
For close to four decades, Bookchin's eco-anarchist theory of social ecology has inspired philosophers and activists working to link environmental concerns with the desire for a free and egalitarian society.
This instructive book brings together leading theorists to contemplate the next steps in the development of social ecology. Topics covered include reassessing ecological ethics, combining social ecology and feminism, building decentralized communities, evaluating new technology, relating theory to activism, and improving social ecology through interaction with other left traditions.
Those contributing the 11 essays include Joel Kovel, John Clark, David Watson, David Macauley, Robyn Eckersley, and Regina Cochrane.