As novas palavras do poder: para um abecedário crítico do jargão político-mediático
Ciências Humanas e Sociais

As novas palavras do poder: para um abecedário crítico do jargão político-mediático




«As novas palavras do poder: um abecedário crítico» é um livro sob a coordenação de Pascal Durand, professor da Faculdade de letras e de Filosofia de Liège, ainda não editado em português, mas da maior pertinência tal é a necessidade de desmontarmos e dessacralizarmos a linguagem cifrada com a qual o poder dominante insidiosamente se mascara para melhor se impor e se auto-reproduzir.



«Governança», «empregabilidade», «adaptação», «flexisegurança», «reformas», «competitividade», «processo de Bolonha», «flexibilidade», «diálogo social», «Estado social activo, «mundo cada vez mais complexo», «modelo dinamarquês», «tolerância zero», «igualdade de oportunidades», «contratualização das escolas», «excelências», etc, etc, são algumas das palavras que os media não se cansam de repetir à exaustão num insistente esforço de matraqueagem com óbvios e inconfessados propósitos de incutir um pensamento e uma concepção que mais sirva os seus próprios interesses. Com efeito, não há dia que a televisão ou os jornais não usem este jargão obscuro e «santificado», nem que seja para transmitir a mais pequena e insignificante mensagem. Trata-se bem lá no fundo da nova linguagem do actual poder capitalista neo-liberal, de dimensão global, que assim vai colonizando os espíritos e as pessoas mais desprevenidas conforme a sua própria ideologia e concepção do mundo e da sociedade.

O livro de Pascal Durand mostra-se particularmente útil para descodificar criticamente este palavreado neo-liberal. Para tanto socorre-se de um leque de diversos autores, das mais variadas áreas científicas, que vão desmontando com rigor mas também alguma ironia cada uma das palavras usadas pelo Poder político, económico e financeiro.
Uma tarefa importantíssimia, sem dúvida, pois são essas palavras, as armas que permanentemente o poder se serve para «vender» a sua ideologia e impor os seus interesses. O livro oferece-se como um abecedário ideológico do pensamento dominante - que criou uma autêntica e interessada novlíngua de que Orwell já falava quando descrevia a sociedade totalitária - e que se insere na rica linhagem do «Dicionário das ideias recebidas» de um Flaubert, ou da exegese dos novos lugares comuns ensaiada por Jacques Ellul, tentativas de desminagem das ilusões e do obscurantismo que o poder instalado em cada época procura gerar para seu proveito próprio.



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