Este ano o visado foi o assassino do cantor Victor Jara. Recorde-se que este músico chileno foi preso, torturado e assassinado no Estádio de Santiago do Chile, aquando do golpe militar de Pinochet em 1973 que instaurou uma ditadura sanguinária.
Segundo constam testemunhas presentes Victor Jara foi vítima de torturas cruéis: cortaram-lhe as mãos como vingança pelo facto do músico continuar a tocar a sua guitarra, mesmo depois de ter sido detido e preso dentro do Estádio convertido em enorme campo de detenção pelos militares golpistas.
Não contentes pelos seus actos, os torturadores de Victor Jara alvejaram-no com 44 tiros. O executor deste assassínio foi Edwin Minter Bianchi, também conhecido por «príncipe» e que na altura dos acontecimento era tenente do exército, e tinha a máxima confiança dos generais golpistas.
Durante décadas, Edwin Dimter conseguiu esconder a sua identidade, graças ao encombrimento dos seus antigos camaradas de armas.
Nenhum dos 5 mil presos, que foram encerrados no Estádio do Chile logo depois do golpe de estado militar de Pinochet de 1973, esqueceram, no entanto, esta sinistra figura que não hesitou em alvejar com 44 tiros Victor Jara, músico chileno muito popular, cujas canções se tornaran mundialmente conhecidas.
Era conhecido pela sua presunção e vanglória e não se cansava de insultar e provocar os prisioneiros.Tinha ingressado em 1979 na escola militar juntamente com Armando Fernández Larios, Augusto Pinochet Hiriart y Óscar Izurieta Ferrer. Logo depois seguiria para o Panamá com mais de 100 oficiais chilenos a fim de receber um «curso de aperfeiçoamento» na Escola das Américas, controlada pelas forças armadas dos Estados Unidos.
Em 1985 entrou para o Minstério das Obras Públicas e começou, incógnito, a fazer carreira de funcionário público sempre gozando da maior impunidade.
O assassino trabalha hoje no Ministério do Trabalho como chefe do departamento de controle das instituições de superintendência da AFP, num edifício situado na avenida Huerfanos 1273, e tem como e-mail
[email protected] e os seus telefones são 7530400, e 7530401
Para mais informação: aqui, aqui, aqui
LA FUNA
LA FUNA procura desmascarar as caras e as historias das personagens que, durante a ditadura no Chile, foram responsáveis pelos sequestros, detenções, torturas, crimes e desaparecimentos, violando os direitos de milhares de chilenos e que, entretanto., se integraram no quotidiano como qualquer cidadão, gozando de liberdada graças à impunidade que se auto-outorgam.
LA FUNA tem como objectivo realizar «visitas» aos criminosos e aos torturadores quer em sua casa quer no seu local de trabalho, visitas que são acompanhadas com muito ruído de batuques e danças, cartazes e lenços, panfletos e improvisações, de forma a que os colegas de trabalho ou os vizinhos do visado passem a conhecer o que este fez contra os chilenos e chilenas durante a ditadura.
Esquecer significa pôr de lado, minimizar os actos de violência política, permitir e promover que tais actos continuem a acontecer. Todo aquele que esquece torna-se com a sua indiferença cúmplice dos crimes.
LA FUNA existe para derrotar o esquecimento, superar a indiferença social, acabar com a impunidade e defender a Verdade, a Justiça e a verdadeira Democracia.
Queremos reconstruir a história do que se passou a fim de transformar o presente e entregar aos que vierem um futuro digno para se viver.
A melhor homeagem aos que caíram é continuar a lutar por aquilo que aqueles companheiros deram a vida.
Se não há Justiça, há FUNA !!!
http://www.funachile.cl/
A melhor homenagem é continuar a combater
Para os torturadores, assassinos e seus cúmplices:
Nem esquecimento, nem perdão!
Acima, a fotografia do assassino de Victor Jara na passada semana, furioso por ter sido desmascarado no seu gabinete em Santiago do chile
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