Brian, 57 anos, cristão e pai de 7 filhos tornou-se assim na figura emblemática do pacifismo britânico desde 2 de Junho de 2001, dia em que saiu da sua aldeia de Redditch, nos Midlands, e se dirigiu a Londres para fazer uma vigília de protesto em frente das Casas do Parlamento e, desde então, nunca mais abandonou o protesto contra a guerra. Brian tornou-se, entretanto, uma atracção turística, mas mais importante do que isso, tornou-se também a cara visível da hostilidade da maioria dos ingleses quanto à guerra dirigida pelo governo de Tony Blair contra o Iraque, e , de uma maneira geral, à política iraquiana de Bush & Blair.
A instalação do campo de paz de Brian frente a Westminster interpelava todos quantos entravam no edifício, em particular deputados e ministros que não tinham outro meio que não cruzarem-se com Brian e os seus firmes protestos anti-belicistas.
Regra geral, Brian Haw sempre recebeu apoio da população em geral, e não foram poucos aqueles que ali se deslocaram a fim de lhe manifestar a sua solidariedade, como foi o caso de Cindy Sheehan, a mais conhecida figura do movimento anti-guerra, e mãe de um soldado norte-americano morto no Iraque.
No ano passado e perante a postura continuada de Brian o Estado britânico contra-ataca e, tentando reduzi-lo ao silêncio, consegue aprovar no Parlamento uma lei, talhada para a situação, ao exigir a autorização da polícia para toda e qualquer manifestação pública a realizar a menos de 1 km do edifício do Parlamento. Brian Haw recorre aos tribunais argumentando pela não-retroactividade daquela lei. Consegue vencer na 1ª instância, mas sai vencido na apelação que o governo britânico entregou ao tribunal. Foi esta decisão que a polícia executou na passada 3ª feira, um dia negro para o direito à liberdade de expressão no Reino Unido.
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