52 definições de poesia para uso do século XXI
Ciências Humanas e Sociais

52 definições de poesia para uso do século XXI


A poesia são as notícias vindas dos confins da consciência

A poesia é o grito que se dá ao acordarmos numa floresta obscura em pleno caminho da nossa vida

A poesia é um espelho que serpenteia por uma rua cheia de prazeres visuais

A poesia é a folha cintilante da imaginação. Metade dela ilumina, e outra metade ofusca

A poesia é o sol que brota por meio dos raios da manhã

A poesia são as noites brancas e as bocas de desejo

A poesia é feita de halos a perderem-se num oceano de sons

A poesia é o calão dos anjos e dos demónios

A poesia é um canapé onde se amontoam cantores cegos que abandonaram as suas bengalas brancas

A poesia é o desregulamento dos sentidos que produz sentido

A poesia é a voz da quarta pessoas do singular

A poesia são todas as coisas nascidas com asas e que cantam

Um poema deve-se elevar até ao êxtase , algures entre a palavra e o canto

A poesia é uma voz dissidente que se insurge contra o desperdício das palavras e a superabundância insensata de material impresso

A poesia é o que existe entre as linhas

A poesia é feita de sílabas de sonhos

A poesia são gritos longínquos, muito longínquos, numa praia com o sol poente

A poesia é um faro que vira o seu megafone para o mar

A poesia é uma mulher em soutien Woolworth observando o seu jardim secreto por uma janela

A poesia é um árabe que arrasta tapetes coloridos e caixas de pássaros pelas ruas de uma grande metrópole

Um poema pode ser feito de ingredientes domésticos do dia-a-dia. Apesar de feito numa só página, ele pode, no entanto, encher um mundo e alojar-se no bolo de um coração

A poesia são os pensamentos sobre o travesseiro depois do amor

O poeta é um cantor de ruas que salva os gatos dos telhados do amor

A poesia é o diálogo das estátuas

A poesia é o ruído do Verão sob a chuva e o clamor de pessoas que riem atrás das janelas num rua estreita

A poesia é a inteligência lírica incomparável que se exerce sobre cinquenta sete variedades de experiências

A poesia é uma grande casa onde se ouve todas as vozes que jamais disseram algo de louco ou de maravilhoso

A poesia é raide subversivo sobre a língua esquecida do inconsciente colectivo

A poesia é um canário verdadeiro numa mina de carvão, e todos sabemos porque cabta o pássaro dentro de uma caixa

A poesia é a sombra lançada pela reverberação das nossas imaginações

A poesia é a voz no interior da voz da tartaruga

A poesia é a cara que se esconde atrás da face da raça

A poesia é feita de pensamentos nocturnos. Se ela se lança à ilusão ela não será renegada antes do alvorecer

A poesia resulta da evaporação dos risos líquidos da juventude

A poesia é um livro de luz noctívaga

A poesia é a gestalt final da imaginação

A poesia deve ser a emoção revolta da emoção

As palavras são fósseis vivos. Cabe ao poeta reconstituir o animal e pô-lo a cantar

Um poeta não é mais que a sua orelha. Tanto pior para ele se não o é.

O poeta deve ser um bárbaro subversivo às portas da cidade, questionando sem cessar a realidade e reinventando-a

Que o poeta seja um animal cantante servindo-se de intruso a um rei anarquista

O poeta fabrica cocktails a partir de alcools loucos da imaginação e se ele perpetuamente se espanta, ninguém o fará titubear

O poeta deve ser um importuno diante das tendas da existência


A poesia é o rumor das bocas de desgosto que se ouve do alto da escada do incêndio de Dante

O poeta deve ter uma visão angular. Cada olhar abraça mundo e nada é mais poético que o concreto


A poesia não é apenas a heroína, os cavalos e Rimbaud. Ela também é o murmúrio dos elefantes e as orações impotentes dos passageiros que atam os cintos para a descida final

A poesia é o verdadeiro sujeito da Prosa

Cada poema deve ser uma loucura momentânea, e o irreal ser realista


Tal como um ramo de rosas, um poema nada tem para explicar

Um poema é aomesmo tempo um Coney Island of the mind, um circo da alma, e um Far Rockaway of the heart

A poesia deve ser um tamborilar rebelde às portas do desconhecido.


Autor: Lawrence Ferlinghetti



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