"Vejam o salário dos trabalhadores que fizeram a colheita nos campos de vocês:retido por vocês,esse salário clama,e os
protestos chegaram aos ouvidos do Senhor"
( Tiago 5,4)
Neste ano celebramos os 125 anos da greve geral que aconteceu na cidade de Chicago( Illinois),no dia 1º de Maio de 1886,em que mobilizou 20 mil trabalhadores em diversos estados dos Estados Unidos da América.
A Pastoral Operária nos chama a meditar neste 1º de Maio o lema:
"Vejam como vive a Classe Trabalhadora.Eles trabalham para que?",nos provoca a refletir sobre a realidade do trabalho e as suas conseqüências na vida dos/as trabalhadores/as.Desafia-nos a pensar no porque trabalhamos,se é para nos enriquecer,consumir mais ou para que o fruto do nosso trabalho contribua para uma vida digna(1).
O dia 1º de Maio é um dia de luta da classe trabalhadora e não um dia de mega-shows,milionários, vazios de conteúdo e de luta.Nós trabalhadores/as temos pouco que comemorar e muito que lutar,assim como foi o memorável 1º de Maio de 1886 nas ruas e praças de Chicago.
Onde nós trabalhadores temos os nossos direitos,conquistados com muito suor,lágrimas e sangue por gerações de trabalhadores/as que lutaram e tombaram.Sendo ameaçados pelas mudanças que está acontecendo no mundo do trabalho, que dificultam a organização e mobilização dos trabalhadores.
Estamos vendo a precarização do mundo do trabalho,onde trabalhadores não recebem nada do que trabalham,assim como o trabalho escravo em grandes empresas transnacionais que recrutam trabalhadores em regiões distantes ,que acabam morando em péssimas condições nos locais em que estão localizadas estas empresas.
A proibição de não sindicalização dos trabalhadores,que são ameaçados de demissão por parte dos empresários.
A flexibilização das leis trabalhistas,o salário miséria de R$ 545,que não atende as exigências básicas de uma familia como pede a Constituição Federal ( cap II, 7),enquanto isso os deputados e senadores tiveram um reajuste de 61% ou seja de R$ 26.723.13, enquanto que o salário minimo deveria estar em R$ 2,132.
Além da reforma da previdência, tão defendida pelos donos do capital,onde fazem sua campanha do deficit da previdência.Deficit este que não existe.Onde o Governo Federal está retirando até 20 % dos cofres da previdência para pagar os juros da divida financeira,enquanto isso os aposentados após uma vida de serviço a nação tem recebido um salário miseria.
Temos vistos milhares de jovens em busca do primeiro emprego,vitimas do exterminio,atirados no sub emprego,desemprego,onde não é valorizado o sewu rico potencial. Além da política da livre concorrencia dentro dos locais de trabalho que tem jogado os trabalhadores a desunião e lutarem uns contra os outros em nome das promoções pessoais dentro das empresas.
O processo de livre concorrência nas empresas,além de dividir a classe trabalhadora,tem feito com que os trabalhadores sejam des(h)umanizados e caiam nos vicios ilicitos,que destroem com as pessoas e suas familias.Onde acabam se tornando meras peças descartaveis.
Enquanto a classe trabalhadora é destruida como classe,os setores do capitalismo,recebem pomposos emprestimos do estado,que os salva em suas crises ciclicas,como mostra os casos de financiamento das transnacionais e do sistema financeiro internacional.
Mas uma vez o dia do trabalhador/a não é um dia de festa,mega-eventos,mas um dia de luto e de luta da classe trabalhadora em defesa de seus direitos e na conquista da ampliação de seus direitos.Nos trabalhadores temos que foratelecer os sindicatos,movimentos sociais.Pois nós trabalhadores/as de todo o mundo não temos outro caminho,alternativa do que a luta contra o capitalismo e a construção de um outro mundo possivel e necessario.
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(1) Pastoral Operária:" Mensagem do 1º de Maio de 2011"
Por: Julio Lázaro Torma
Membro da Equipe da Pastoral Operária ( Arquidiocese de Pelotas /RS)
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